1 de ago. de 2014

Tabela periódica em alto relevo ajuda estudantes com deficiência visual no Paraná




Seis estudantes do curso de Química, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, no oeste do Paraná, estão desenvolvendo um projeto para a construção de uma tabela periódica em resina cristal para pessoas com deficiência visual.  

De acordo com o professor Marcos Freitas de Moraes, a ideia surgiu em 2008, quando outra turma de alunos fez a pesquisa para o trabalho de conclusão de curso. 


“Eu tinha participado de um curso sobre inclusão oferecido pelo programa institucional de ações relativas às pessoas com deficiência (PEE), na Unioeste, campus de Cascavel, e tive contato com materiais para a educação de pessoas com deficiência, escrevi artigos a respeito e dei a sugestão de tema para o grupo”, conta. Porém, após a conclusão do curso pelos universitários, o projeto ficou na gaveta por quatro anos.


Em 2013, a aluna Letícia Costa Curta, sugeriu ao professor que o projeto fosse retomado. “Eu falei que iriamos precisar de mais gente porque era trabalhoso e de imediato apareceram mais alunas interessadas”, relembra o professor. 


Junto com Letícia e orientadas por Moraes, as alunas Anna Caroline Rodmann, Bruna Rafaella da Silva, Ligiany Rodrigues Passos, Karolina Royer e Paula Nogueira resgataram o projeto.


A estudante Ligyani conta que entrou no grupo porque precisava de um trabalho de pesquisa e extensão, mas acabou se envolvendo. 


“Tive um crescimento social com a pesquisa e, ainda, estou colaborando para o desenvolvimento da sociedade”, salienta.


O material usado para fazer a tabela foi escolhido depois de muita pesquisa. “As tabelas tradicionalmente usadas em braile são de papel e com o tempo ficam desgastadas porque a pessoa com deficiência aperta e as marcações acabam sumindo. Na busca pelo material ideal descartamos o plástico porque precisa de uma máquina para aquecer e é muito caro. Então, chegamos à resina cristal, que é usada em chaveiros e é fácil de moldar, além de secar rápido”, explica o professor.


De acordo com o professor, no papel a tabela periódica também funciona no ensino, mas não é prática para o aluno. 


“É muito grande e fica complicado o manuseio em sala de aula porque a carteira é pequena. E o abrir, fechar e passar os dedos faz com que o relevo comece a desaparecer. Na resina o aluno aperta a vontade e sente melhor as informações contidas”, complementa.


Depois que o protótipo foi montado, o grupo decidiu inscrever a pesquisa no programa de incentivo da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) em parceria com a Fundação Araucária, e conseguiram uma bolsa de iniciação científica de R$ 72.9 mil. 


“Começaram tudo do zero, e dois meses depois abriu o edital da FPTI, fizemos e inscrição as meninas ganharam a bolsa de dois anos e o projeto recebeu uma verba para a compra de material”.


A pesquisa também tem o apoio do Núcleo Regional de educação de Toledo e o objetivo do grupo é visitar as seis escolas que ensinam alunos cegos.


“Estamos trabalhando com uma aluna do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJA), mas a partir de outubro ou setembro vamos começar a visitar os colégios da região para os professores e alunos conhecerem o material”, diz.


O grupo acredita que o projeto será distribuído nas escolas depois que a pesquisa for concluída. “Se a Fundação achar que deve ser distribuído em larga escala, eles vão registrar a patente e fazer a distribuição por conta. 


A gente acredita que eles façam, sim”, diz o professor confiante. “Posso ajudar outros alunos a terem a mesma oportunidade que eu tive de estudar”, finaliza Ligyani.


Fonte: G1


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