Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida
têm direito de usar espaços públicos e se deslocar em segurança,
conforme a Lei Federal nº 10.098, de dezembro de 2000, que define a acessibilidade como
a condição que pessoas com deficiência têm de se locomover.
Este
direito, porém, é alvo de “brechas” referentes às estruturas dos
municípios. Em Jaú,
SP, a situação não é diferente.
As condições de calçadas e comércios
dificultam o bem-estar desse público e de idosos, que reivindicam
melhorias.
O estudante de direito Paulo Sérgio de Freitas, 42 anos, teve poliomielite e
precisa de cadeira de rodas para se locomover.
Freitas afirma que a
acessibilidade é utópica em Jaú, já que a cidade deixa muito a desejar
nesse quesito. Uma de suas principais queixas é sobre a inacessibilidade
nos bairros, uma vez que apenas a área central oferece condições
melhores, mas relativas.
“Algumas rampas são intransitáveis para pessoas que não têm o preparo
que eu tive desde criancinha para poder se locomover sozinha. Uma pessoa
que sofre um problema de paraplegia hoje, por causa de um acidente de
trânsito, tem problemas pelo peso do corpo, que continua; às vezes, o
peso até aumenta. A pessoa não vai conseguir subir uma rampa”, pondera
Freitas.
A arquiteta e urbanista Carolina Fomin, especialista em acessibilidade,
esclarece que o ideal é que toda a cidade seja contemplada.
“A gente
tem que pensar que para o morador daquela residência (mais afastada) ir
ao Centro, ele tem que sair da casa dele. Então, essa acessibilidade tem
de acontecer por todo seu deslocamento, desde a calçada da casa dele.
Tem que ter transporte para ir, calçadas adaptadas e o comércio teria
que ser acessível também.”
Planejamento
A estudante Michelle Delfito, 22 anos, de Torrinha, cursa o terceiro
ano do curso de psicologia e vem diariamente a Jaú, desde quando cursava
o ensino médio.
Ela tem paralisia cerebral leve e
relata que encontra dificuldade para subir e descer degraus. Muitas
calçadas no Município têm desníveis, o que prejudica a caminhada de
pedestres com deficiência.
“Para resolver, seria ideal fazer mais
construções adequadas e tirar um pouco as escadas, colocar mais rampas”,
sugere.
O aposentado Gregório Gonçalves, 87 anos, concorda que calçadas em más
condições prejudicam pessoas que têm dificuldade para caminhar e que as
condições são melhores no Centro da cidade.
“Ando pouco porque tenho
falta de ar, mas tem lugar que não dá para andar, tem calçada que é ruim
e toda quebrada. O movimento de carros é muito grande. As calçadas, às
vezes, são muito ruins, mas não são todas, no Centro está melhor”, fala.
Carolina ressalta que é mais fácil projetar os espaços da forma
adequada do que ter, posteriormente, de adaptá-los.
“O custo da obra
aumenta bastante, porque tem que destruir o que já foi feito, quebrar
uma parede, trocar um vaso sanitário e fazer algo que não foi previsto.
Quando um projeto já nasce com o pensamento em acessibilidade é
infinitamente mais barato”.
Fonte: Comércio do Jahu
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