7 de ago. de 2014

Sem recurso e um ano após visita, PV tem acessibilidade como gargalo em Fortaleza

Foto do estádio Presidente Vargas


Na Copa do Mundo, a acessibilidade da Arena Castelão foi elogiada. No Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE), com o retorno dos jogos do Campeonato Brasileiro, a situação é oposta para pessoas com deficiência. Devido ao impasse com a administração do Castelão, o Ceará recomeçou na Série B contra o Joinville no estádio do bairro Benfica. 


No meio do público, cadeirantes reviviam a cena incômoda: para ver a partida, precisavam encostar no alambrado de vidro ou eram levados pelas escadas da arquibancada para a saída de emergência, onde a visão é mais privilegiada que a dos espaços exclusivos, ilhados por torcedores que ficam em pé perto do vidro que separa do gramado.


A situação não é nova. E a Prefeitura de Fortaleza reconhece a necessidade de adequações na praça esportiva para pessoas com deficiência. O titular da Secretaria do Esporte e Lazer do Município (Secel), Márcio Lopes, admite que não há recurso municipal para reformas no PV. 


O secretário explica que, em 2013, a Prefeitura tentou quantia junto ao Ministério do Esporte, mas o depósito não se concretizou. Este ano, a Prefeitura de Fortaleza voltou a se cadastrar e segue à espera do recurso, garante Lopes.


- No fim do ano passado, aguardamos o depósito do recurso federal, mas não conseguimos. E não existe previsão de recurso municipal. Essa tem sido a nossa dificuldade, essa quantia para fazermos adequações, principalmente - admite.


Segundo o titular da Secel, não é necessária uma readequação apenas para pessoas com deficiência, mas também para profissionais de imprensa e para os próprios administradores do estádio. 


A ideia, de acordo com o secretário, é fazer outras melhorias no estádio, com construção de um centro administrativo, mais espaços na tribuna de imprensa, a alteração para placar de LED e a implantação de um sistema de som para comunicação com os torcedores nos duelos.


- Temos de fazer outros cadastramentos. Vou brigar para garantir esse recurso para adequações até o fim deste ano - afirma.
 

Um ano da audiência e da visita ao PV: nada mudou
 

Pessoas com deficiência estiveram no dia 9 de junho de 2013 no PV para avaliar as condições de acessibilidade do local. 


As modificações solicitadas por eles seriam nas arquibancadas, com 32 vagas elevadas em relação às já existentes; a criação de mais seis espaços reservados no setor especial, com rebaixamento na altura das barras; a criação de mais uma vaga no estacionamento interno do estádio, passando para cinco, no total; a implantação de piso tátil em espaços onde não existem atualmente, além de sistema de áudio-descrição dos jogos para pessoas com deficiência visual.
 
 
- De fato, temos essa preocupação com as solicitações para conforto (das pessoas com deficiências). Mas, em todo o estádio, podemos notar placas de sinalização, rotas de fuga e pisos táteis. Muita coisa de acessibilidade foi feita aqui - admitiu, à época, o representante da Secel,  Ciro Lima, sem estipular um prazo para possíveis reformas.




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