Na Copa do Mundo, a acessibilidade da Arena Castelão foi elogiada. No Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE),
com o retorno dos jogos do Campeonato Brasileiro, a situação é oposta
para pessoas com deficiência. Devido ao impasse com a administração do
Castelão, o Ceará recomeçou na Série B contra o Joinville no estádio do
bairro Benfica.
No meio do público, cadeirantes reviviam
a cena incômoda: para ver a partida, precisavam encostar no alambrado
de vidro ou eram levados pelas escadas da arquibancada para a saída de
emergência, onde a visão é mais privilegiada que a dos espaços
exclusivos, ilhados por torcedores que ficam em pé perto do vidro que
separa do gramado.
A situação não é nova. E a Prefeitura de Fortaleza reconhece a
necessidade de adequações na praça esportiva para pessoas com
deficiência. O titular da Secretaria do Esporte e Lazer do Município
(Secel), Márcio Lopes, admite que não há recurso municipal para reformas
no PV.
O secretário explica que, em 2013, a Prefeitura tentou quantia
junto ao Ministério do Esporte, mas o depósito não se concretizou. Este
ano, a Prefeitura de Fortaleza voltou a se cadastrar e segue à espera do
recurso, garante Lopes.
- No fim do ano passado, aguardamos o depósito do recurso federal, mas
não conseguimos. E não existe previsão de recurso municipal. Essa tem
sido a nossa dificuldade, essa quantia para fazermos adequações,
principalmente - admite.
Segundo o titular da Secel, não é necessária uma readequação apenas
para pessoas com deficiência, mas também para profissionais de imprensa e
para os próprios administradores do estádio.
A ideia, de acordo com o
secretário, é fazer outras melhorias no estádio, com construção de um
centro administrativo, mais espaços na tribuna de imprensa, a alteração
para placar de LED e a implantação de um sistema de som para comunicação
com os torcedores nos duelos.
- Temos de fazer outros cadastramentos. Vou brigar para garantir esse recurso para adequações até o fim deste ano - afirma.
Um ano da audiência e da visita ao PV: nada mudou
Pessoas com deficiência estiveram no dia 9 de junho de 2013 no PV para
avaliar as condições de acessibilidade do local.
As modificações
solicitadas por eles seriam nas arquibancadas, com 32
vagas elevadas em relação às já existentes; a criação de mais seis
espaços reservados no setor especial, com rebaixamento na altura das
barras; a criação de mais uma vaga no estacionamento interno do estádio,
passando para cinco, no total; a implantação de piso tátil em espaços
onde não existem atualmente, além de sistema de áudio-descrição dos
jogos para pessoas com deficiência visual.
- De fato, temos essa preocupação com as solicitações para conforto
(das pessoas com deficiências). Mas, em todo o estádio, podemos notar
placas de sinalização, rotas de fuga e pisos táteis. Muita coisa de
acessibilidade foi feita aqui - admitiu, à época, o representante da
Secel, Ciro Lima, sem estipular um prazo para possíveis reformas.
Fonte: Globo Esporte
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