Muito falamos em educação inclusiva total como a única forma de acompanhamento educacional especializado. Nessa fala, nos esquecemos dos alunos em condições de hospitalização,
que demandam de classes hospitalares ou acompanhamento pedagógico
domiciliar.
Agora você deve estar imaginando que somente pessoas que
possam pagar tutores ou professores especializados, hospitais
particulares e infra-estrutura necessária para que o processo ocorra é
que terão esse direito assegurado. Se enganou, é dever do estado
viabilizar educação a essas crianças em condições especiais.
As classes hospitalares e o atendimento pedagógico domiciliar
garantirão que crianças, jovens e adultos impossibilitados, temporária
ou permanentemente, de frequentar a escola, mantenham seu vínculo com o
sistema regular de ensino por meio de um currículo adaptado, o que
favorecerá o seu ingresso, retorno ou adequada adaptação ao espaço
escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral.
É
importante que o atendimento esteja vinculado a uma unidade pedagógica
das Secretarias Estaduais, Distrito Federal e Municipais de Educação,
bem como clínicas dos sistemas e serviços de saúde.
Os hospitais deverão solicitar às Secretarias de Educação o serviço de
atendimento pedagógico hospitalar e é a Secretaria de Educação que
deverá contratar e capacitar os professores, prover recursos financeiros
e materiais para que o referido atendimento seja realizado.
Alguns de vocês devem estar pensando: lugar de criança é na escola. Eu
também acho, mas nem sempre é possível e muitas vezes o processo de
internação hospitalar se faz necessário.
Nesse momento, vou ter que
dizer, tudo bem, estamos lutando pela vida, a recuperação da saúde é o
objetivo primordial tanto para os profissionais da educação como para os
profissionais da saúde.
É claro que mesmo nesse contexto, a educação
cumpre seu papel fundamental em modificar o mundo, proporcionando para a
criança o direito de receber educação.
À medida que o processo dessa ação educativa é dada no hospital, quebra
a rotina hospitalar diária, tornando a vida menos dolorosa. Ela
aproximará a criança do ambiente escolar e permitirá a construção do
saber.
A formação dos professores desse ambiente tão especial deve ser
diferenciada também. É de fundamental importância que eles conheçam as
enfermidades ou patologias mais comumente encontradas nos hospitais, o
conhecimento fará com que ocorra o respeito ao limite clínico de cada
criança.
O ambiente hospitalar e noções de primeiros socorros também
devem ser de conhecimento do professor inserido no ambiente hospitalar.
Todas as crianças tem direito a educação. Sim, continuo a favor da
educação inclusiva, mas como já disse anteriormente, a uma educação
inclusiva consciente e responsável. Tenho medo da educação inclusiva
radical.
A classe hospitalar é uma possibilidade que nem todas as
famílias cujas crianças estão hospitalizadas temporária ou
permanentemente conhecem. É uma possibilidade que não é divulgada como
deveria. Que tal começarmos a multiplicar essa ideia?
Matéria da Colunista:Erika Longone
Fonte: Vida Mais Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário