A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurológica
progressiva que costuma aparecer após os 40 ou 50 anos. Ainda não há
cura e não se sabe exatamente sua origem.
As estimativas mostram que a
patologia acomete de duas a quatro pessoas a cada 100 mil habitantes e,
após o diagnóstico, a sobrevida dos pacientes é de três a cinco anos, em
média.
Um projeto lançado no ano passado, porém, traz boas notícias. Chamado de MinE e parte de um consórcio internacional centralizado na Holanda, do qual o Brasil participa, o programa pretende analisar, em escala mundial, o genoma de 15 mil pacientes com ELA esporádica (não hereditária) e 7,5 mil de controle (pessoas sem a doença), totalizando 22,5 mil amostras. Aqui, as pesquisas serão feitas pelo Instituto Paulo Gontijo (IPG), coordenado pelo biólogo genético Miguel Mitne Neto, e pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo
Mitne Neto, não é nada fácil diagnosticar a doença. “A única forma é
por meio da avaliação clínica, o que faz o paciente esperar em média 11
meses – isso é muito tempo”, afirma. O biólogo diz que a criação de um
banco de dados vai gerar um volume de informações sem precedentes
“Assim, poderemos comparar o genoma de pessoas com e sem ELA e
investigar os genes associados com a patologia.É imprescindível
identificar o perfil genético desse tipo de esclerose, o que vai
facilitar sua detecção e permitir iniciar o tratamento com maior
rapidez”, destaca.
Pacientes interessados em participar como voluntários podem entrar em contato pelo e-mail contato@ipg.org.br, segundo informações divulgadas pela Agência USP de Notícias.
Há alguns
critérios de seleção, como o grau de comprometimento decorrente da
doença. Os selecionados passarão por avaliação clínica e coleta de
sangue para a extração do DNA. O material será enviado para o consórcio
que fará o sequenciamento do genoma; os resultados, então, serão
reencaminhados para o CEGH-CEL, que fará as análises do DNA.
Essa
tarefa, porém, é difícil e cara. Os pesquisadores brasileiros se
comprometeram a contribuir com 150 amostras. Mas, para isso, precisam do
apoio financeiro de pessoas e empresas.
O andamento do projeto por aqui
vai depender de financiamento. As doações podem ser feitas diretamente
no site https://www.projectmine.com/.
Fonte: Mente e Cerebro
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