A Secretaria de Acessibilidade da Universidade Federal do Ceará (UFC) criou uma ''multa moral'' que vale como um ''puxão de orelha'' para quem usar vagas destinadas a idosos ou pessoas com deficiência de forma irregular.
Inicialmente, a ideia era aplicar as multas dentro na universidade, mas
a iniciativa ganhou adeptos que passaram a usá-las em toda a capital do
estado.
“Quando lançamos [o projeto] teve muita adesão”, conta o
servidor Davi Cândido da Silva, um dos responsáveis pelo projeto.
A instituição disponibilizou a multa para impressão no site há pouco mais de um mês.
O documento traz frases como ''as penalidades são as previstas pelo bom
senso'' e "reflita melhor e não cometa esse erro da próxima vez''.
Também pede com bom humor que o motorista aceite o ''puxão de orelha”.
Quem aplica a multa deve indicar qual dos três motivos gerou a infração:
"estacionar em vaga destinada a pessoas com deficiência'', estacionar
em frente à rampa de acesso ou rebaixamento de guia'' ou "estacionar em
vaga destinada a idosos.
Atualmente, é comum encontrar a “multa” nos estacionamos da
universidade, principalmente, no departamento de acessibilidade.
“A
gente sentiu o retorno e já tem fotos de pessoas utilizando em outros
lugares”, conta Silva, explicando que o documento faz a parte dele e
evita o constrangimento caso as pessoas decidissem reclamar pessoalmente
com o infrator.
Inspirado em Blumenau
Segundo o servidor, a campanha na UFC surgiu devido à frequência com as
vagas reservadas eram usadas de forma errada. Silva explica que a ideia
da campanha surgiu em Blumenau (SC), em 2011, com a campanha “essa vaga
não é sua nem por um minuto”.
“Para evitar aquela desculpa de 'vou
ficar só um minuto' que as pessoas usam muito”, contou Silva.
A cidade
obteve bons resultados e a UFC espera conseguir o mesmo dentro e fora da
área da universidade.
No site da Secretaria de Acessibilidade da UFC, além do documento, é
possível encontrar uma explicação de como utilizá-lo e sobre leis de
trânsito.
O órgão pede que, ao se depararem com uma infração e
utilizarem a “multa”, as pessoas fotografem e enviem a foto sem as
placas dos veículos para a página especial no facebook.
A professora universitária Vanda Magalhães é uma das pessoas que
aderiram ao uso da “multa” e disse acreditar nos resultados da
iniciativa.
“Não é punitivo, mas alerta”, disse ela. “Ando com o papel
na bolsa. Aonde eu vou, se eu vejo um carro em [estacionado] em local
proibido, eu uso”.
A professora, que atua no departamento de Letras,
Libras e Estudos Surdos, fotografa e envia para as redes sociais quando
usa o documento.
Fonte: G1 / Vida Mais Livre
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