A comunicação como ferramenta de combate à discriminação foi o foco do
seminário Andi 21 Anos - A Mídia Brasileira e os Direitos Humanos:
Avanços e Desafios, na tarde desta quarta-feira (17).
Oportunidade em
que a fundadora da organização não governamental (ONG) Escola de Gente -
Comunicação em Inclusão, Cláudia Werneck, ressaltou que uma comunicação
acessível, que ofereça diferentes recursos de acessibilidade, é o
primeiro passo para uma comunicação mais inclusiva para as pessoas com
deficiência.
Ela destacou que em todos os espaços públicos e coletivos – seja com
intérpretes da língua brasileira de sinais (Libras), com estenotipia,
folders e livros em várias formas – há um mundo de possibilidades.
Cláudia acredita que além das diferentes formas de comunicação, é
preciso investir na mudança de abordagem da temática usada pelos meios
de comunicação, de maneira que tratem de temas relevantes para esta
parcela da população.
“Os meios de comunicação abriram muito espaço para
o tema da deficiência, mas são abordagens muito antigas. As mesmas
pautas, as mesmas dificuldades de enfrentar o assunto”, ressaltou.
Os participantes da mesa trataram de diferentes temáticas como a
cobertura sobre meio ambiente. Fábio Feldmann, consultor em meio
ambiente e sustentabilidade ressaltou que por ser um tema complexo e
recente na agenda mundial, é preciso investir na capacitação dos
profissionais para que o tema ganhe mais força.
“Acho que uma das
dificuldades da imprensa também é o fato de ter poucos jornalistas
especializados em determinados assuntos. Temos que insistir na formação
desses profissionais para conhecerem este assunto, até porque eles têm o
mesmo desafio que a gente, que é colocar na agenda”.
Apesar das
dificuldades, o consultor acredita que a imprensa teve papel importante
na visibilidade de temáticas.
Outro ponto de destaque da mesa foi a questão de gênero e raça,
abordada pela assessora de comunicação da ONU Mulheres, Isabel Clavelin.
Para ela, a atuação dos movimentos sociais levou a mídia a enfocar mais
o tema, mas ainda é preciso que a imprensa inclua mais mulheres e
negros nos debates, e defende que essa participação deve ir além de
pautas específicas.
“Como as mulheres são chamadas a falar? Quando os
negros são chamados a falar? Então, é a cobrança de uma presença
permanente dentre as fontes a serem buscadas pela imprensa”, disse ela.
A representante da ONU Mulheres chamou a atenção para a campanha Eles
por Elas, que chama os homens a participarem da luta pela igualdade de
gênero.
“Precisamos de homens que realmente repensem, revejam suas
posições e se coloquem a cargo para a construção de um mundo com
igualdade, e isso significa, sim, que eles precisam assumir outra
posição”, destacou.
Para ela, a temática do racismo e da igualdade de gênero precisa ser
debatida cada vez mais, pois “a gente só vai ter o enfrentamento ao
racismo e ao sexismo se esses temas estiverem presentes e constantes
[entre] as questões do dia a dia”.
Fonte: EBC / Vida Mais Livre
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