A lei não é nova, mas, pela quantidade de
prédios privados e públicos sem as devidas adequações para acesso de
portadores de deficiência, em Montenegro, não é o que parece. Em vigor
desde o dia 19 de dezembro de 2000, a lei federal número 10.098
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida.
A secretária municipal de Obras Públicas, Karina Daudt,
explica que a adaptação às normas impostas pela lei é um trabalho
gradual, e como é uma lei pouco flexível, fica difícil a adaptação ser
feita de forma tão rápida.
Desde março de 2010, o Município não
aprova qualquer construção ou reforma de prédios, públicos e privados,
sem que em seus projetos esteja incluída a acessibilidade. Já os
comerciantes e prestadores de serviços receberam alvarás temporários,
com prazo para se adaptarem.
Como em Montenegro não há nenhuma lei
municipal sobre o assunto, foi criada uma portaria que nomeia a
Comissão
de Estudo da Acessibilidade no Município. O grupo foi formado em junho
do ano passado, e é
composto por representantes da Secretaria de Obras
Públicas (Smop), Diretoria de Fiscalização de Obras e Posturas (DFOP),
Procuradoria Geral do Município (PGM), Secretaria Municipal de Gestão e
Planejamento (SMGEP), Associação Comercial, Industrial e de Serviços
(ACI), Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Associação dos Deficientes
Físicos e Ostomizados de Montenegro (Assdefo) e Associação dos
Arquitetos e Engenheiros de Montenegro (Aemo).
O grupo vem, desde
então, buscando alternativas para flexibilizar as questões de
acessibilidade onde a legislação federal não é clara, para que o mínimo
de pessoas sejam prejudicadas. O decreto está em fase de finalização e a
previsão é que, ainda este ano, sejam colocadas em prática as normas
previstas.
As dificuldades de quem é cadeirante
Rosane Saticq, 49 anos, luta diariamente contra a falta de acessibilidade em Montenegro. Seu filho Diego, 25, sofreu um acidente de moto há sete anos e teve traumatismo craniano. Desde então, ficou totalmente dependente da mãe.
As dificuldades de quem é cadeirante
Rosane Saticq, 49 anos, luta diariamente contra a falta de acessibilidade em Montenegro. Seu filho Diego, 25, sofreu um acidente de moto há sete anos e teve traumatismo craniano. Desde então, ficou totalmente dependente da mãe.
Rosane conta que a maior dificuldade é na hora das consultas, pois muitos médicos têm seus consultórios em edifícios, e a maioria não têm acessibilidade. “Em prédios com muita escadaria, o médico tem que descer para atender o Diego, e a consulta é feita ali mesmo.
Os mercados em geral estão com bom acesso para deficientes, mas
muitas lojas, e principalmente prédios comerciais, deixam a desejar”,
afirma Rosane.
Mas, além de a Prefeitura tomar as providências
necessárias, a população precisa se conscientizar da importância da
acessibilidade. Os deficientes físicos, bem como todas as pessoas com
mobilidade reduzida permanente ou temporária, necessitam dos mesmos
serviços que o resto da população e, para isso, precisam ter acesso a
eles.
Fonte:Jornal Ibiá
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