Faltando poucos dias para o início da Paralimpíada de Londres,
uma das esperanças de medalha do Brasil está fazendo uma campanha na
internet para conseguir comprar a bicicleta com tecnologia de ponta com
que espera competir.
"Tem me comovido ver tantas pessoas com boa vontade me ajudando", conta
o paraciclista, João Schwindt à BBC Brasil.
O movimento foi organizado
por dois amigos de Brasília, que acompanharam a luta do atleta para
conseguir chegar a Londres.
João Schwindt é o atual campeão da Copa Mundial de Paraciclismo 2012,
que foi realizada em julho no Canadá, mas não tem patrocínio e chegou à
Paraolimpíada com uma bicicleta de segunda mão para correr a prova de
contrarrelógio, que é a sua especialidade. Ele ganhou medalha de bronze
no Parapanamericano de Guadalajara nesta prova.
"Na prova do contrarrelógio, no mundial da Dinamarca no ano passado, eu
perdi a medalha de prata por um segundo. Esta diferença, com uma
bicicleta melhor, eu conseguiria superar", disse.
Paralimpíada 2012
Ele vai competir ao todo em quatro
provas na Paraolimpíada de Londres 2012, na categoria C5, que reúne
atletas com o menor grau de deficiências, incluindo
amputação única ou disfunções neurológicas mínimas, que é o caso do
brasileiro. João foi atropelado em Brasília, por uma motorista que
dirigia na contramão da rua. Desde então, tem um problema nos nervos do
braço.
Duas competições vão acontecer nas ruas de Londres, ao ar livre: a
prova de estrada e a de contrarrelógio.Outras duas serão no velódromo -
a prova do quilômetro e a de perseguição individual. Nesta última ele
ganhou o ouro no Parapanamericano do ano passado em Guadalajara.
Na ocasião, João surpreendeu ao conseguir superar os adversários usando
uma bicicleta de 1997, mas ele sabe que nas Paraolimpíadas o nível é
outro.
"É difícil, porque não tenho nenhum velódromo onde eu moro em Brasília,
e os meus competidores treinam o ano inteiro em velódromos", conta o
atleta, que está hospedado em Manchester, onde tem aproveitado a boa
estrutura de ciclismo da cidade para treinar antes das competições.
Falta de apoio e campanha
Ele conta que compete sem patrocínio e os únicos incentivos que recebe
são R$ 1.800 relativos à Bolsa-atleta do ministério do Esporte e o
auxílio da Confederação Brasileira Paraolímpica, que tem custeado o
atleta em competições internacionais para que ele ganhe experiência.
No entanto, no ciclismo a tecnologia tem um papel importante nos resultados e, por isso, é um esporte que envolve custos altos.
A campanha lançada no Facebook
espera arrecadar R$ 21 mil para comprar uma bicicleta com câmbio
eletrônico, similar à que os concorrentes do brasileiro irão usar. O
equipamento seria utilizado nas provas de rua, onde João tem mais chance
de conseguir uma medalha.
Até 21/08, havia sido arrecadado R$ 3.271. O atleta começa a competir
no dia 31 de agosto e precisaria arrecadar o dinheiro até esta semana
para conseguir a tão sonhada bicicleta a tempo.
Clique aqui para acessar a campanha no Facebook.
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