Após cem dias de trabalhos, a Campanha Calçadas do Brasil chega ao fim com expressiva participação de voluntários de todas as regiões do país. Iniciativa do Mobilize Brasil, movimento em prol da mobilidade sustentável,
a campanha foi iniciada no dia 25 de abril deste ano, com a divulgação
de levantamento inédito sobre a situação das calçadas em pontos-chave de
12 capitais brasileiras.
A partir da divulgação, que obteve ampla
cobertura da mídia, o público foi convidado a também avaliar as
condições dessa infraestrutura em suas cidades, ruas e bairros, utilizando os mesmos parâmetros do estudo.
O resultado das duas etapas da campanha são 126 pontos urbanos
avaliados, totalizando 228 ruas e avenidas em 39 cidades de todas as
regiões do país. A nota média dos 228 locais ficou em 3,55, número muito
baixo se considerado que a nota mínima para uma calçada de qualidade
aceitável é 8, segundo os critérios estabelecidos pelo Mobilize. Apenas
6,57% dos locais avaliados obtiveram nota acima desse indicador. E
70,18% das localidades avaliadas obtiveram médias abaixo de 5.
De forma geral, os voluntários foram bastante críticos na avaliação de
suas cidades. E vários deles enviaram comentários e fotos sobre
situações degradantes. Alguns atribuíram notas às calçadas de cidades
como um todo e não a uma rua ou avenida. É o caso de Palmas (TO),
Araguaína (TO), Florianópolis (SC), Itapema (SC), Santos (SP), Cascavel
(PR), Caxias do Sul (RS), Eldorado do Sul (RS), Juazeiro do Norte (CE),
Porto Velho (RO), Pará de Minas (MG) e Ananindeua (PA). Como se tratam
das únicas referências disponíveis, as notas foram consideradas.
Para permitir a colaboração de cidadãos na campanha Calçadas do Brasil, o Mobilize disponibilizou, no portal www.mobilize.org.br,
formulário idêntico ao utilizado por seus avaliadores na primeira fase
da campanha e ferramenta para publicação dos resultados e de imagens. Os
itens avaliados nas duas fases, para os quais foram atribuídas notas de
zero a dez, foram: irregularidades no piso, largura mínima de 1,20 m,
degraus que dificultam a circulação, obstáculos (como postes, telefones
públicos, lixeiras, bancas etc), existência de rampas de acessibilidade,
Iluminação, sinalização para pedestres, e paisagismo para proteção e
conforto.
Os resultados da campanha serão agora repassados aos Ministérios Públicos, prefeituras e ao Ministério das Cidades.
O primeiro a receber cópia do documento foi o promotor Maurício Lopes,
do Ministério Público de São Paulo. Lopes aderiu ao pleito e
comprometeu-se a participar do Seminário Mobilize, em novembro próximo.
A campanha Calçadas do Brasil
Chamar a atenção da opinião pública para o problema da má qualidade,
falta de manutenção e até ausência das calçadas no país, e estimular as
pessoas a denunciar os problemas em suas cidades e pressionar as
autoridades.
Foram esses os propósitos da Campanha Calçadas do Brasil.
“Calçadas com boa qualidade são um equipamento fundamental para a
mobilidade urbana sustentável. Ainda mais no Brasil, onde, segundo o
IBGE (2010), cerca de 30% das viagens cotidianas são realizadas a pé”,
afirma o coordenador da campanha, Marcos de Sousa.
Segundo Marcos, calçadas devem ser suficientemente largas e, sempre que
possível, protegidas por arborização para conforto de quem anda sob o
sol. E bem iluminadas, para quem caminha à noite. E ainda, devem ser
complementadas por faixas de segurança, equipamento básico para a
travessia segura das ruas. Além disso, semáforos especiais, placas de
sinalização e outros equipamentos de segurança podem ser necessários nas
vias de maior movimento.
“Alguns pensadores afirmam que se pode medir o nível de civilização de
um povo pela qualidade das calçadas de suas cidades. E há quem diga que a
qualidade das calçadas públicas é melhor indicador de desenvolvimento
humano do que o próprio IDH. Afinal, as cidades são feitas para pessoas,
seres humanos que primordialmente caminham”, justifica
Fonte:vidamaislivre.com.br
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