Analista financeiro, corredor de maratona, porta-bandeira do Carnaval de rua de São Paulo e cadeirante. Rodrigo Bottini, 39, faz história na bateria do bloco Bangalafumenga.
Parte do grupo desde 2012, quando o bloco, originalmente carioca, abriu
a filial paulista, ele é lembrado pelos amigos como “aquele que fez uma
declaração de amor linda no Carnaval”.
Foi em 2013. Fazia um ano que ele e a publicitária Alline Pecci, 43,
estavam juntos. Bottini interrompeu o desfile, com mais de 60 mil
pessoas na avenida, e pediu para o cantor do bloco ler uma declaração de
amor.
“Começava assim, não esqueço: ‘Alline, meu amor…’, conta ela,
sorridente. Continuava com a história do casal. Os dois tocam surdo e se
conheceram nos ensaios do Bangalafumenga.
Durante um ano, eles foram só amigos. Até que ele a convidou para fazer um bate e volta ao Rio de Janeiro.
“Achei uma loucura. Ele é muito mais descolado do que eu. [É como se]
Não existe cadeira de rodas”, lembra Alline, sua “maior admiradora”.
Ela titubeou, mas ele comprou as passagens mesmo assim e a buscou em
casa. “Aí sim me interessei. Sempre achei ele um gato, mas nunca nem
imaginei que pudesse rolar. Não era preconceito, era medo do
desconhecido.”
Alline contou que “estava de bobeira na vida” quando entrou para a
bateria do bloco. “Não conhecia ninguém. Agora, tenho uma família.”
Usuário da “handbike”, uma bicicleta que se pedala com as mãos, Bottini
corre maratona, viaja, dirige, “levo uma vida normal. A cadeira não
atrapalha nada”, diz, fantasiado e maquiado de empreguete.
Texto Original: Folha de São Paulo
Fonte: Vida Mais Livre
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