O prefeito de Porto Velho (RO), Mauro Nazif, autorizou nesta segunda-feira (08/04), a implantação da Escola Bilíngue para Deficientes Auditivos. Nazif explicou que, em nível regional, e até mesmo nacional, uma escola como esta representa um grande avanço no sentido de incluir socialmente e proporcionar aperfeiçoamento educacional para pessoas com deficiência auditiva. “Assinar a aprovação para implantação da Escola Municipal Bilíngue de Porto Velho é uma grande alegria que quero compartilhar com os cidadãos de nosso município”, explicou o prefeito.
O estabelecimento de ensino, que será o primeiro de Rondônia e um dos primeiros do Brasil a atender especificamente alunos com deficiência auditiva, funcionará em prédio localizado na avenida Carlos Gomes, 243 – São Cristovão entre as ruas João Goulart e Guanabara. A inauguração será na sexta-feira às 16h.
O objetivo é que a escola comece a funcionar a partir de maio deste ano, caso não haja qualquer atropelo no cronograma de trabalho. A equipe de professores que já está pronta para trabalhar conta, inclusive, com profissionais surdos e especializados em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A Semed também vai criar uma equipe de profissionais para tratar da transição dos alunos da escola especial para as convencionais.
Segundo o secretário municipal de Educação, Marcos Rocha, a prefeitura pretende levar para a escola especial todos os alunos já matriculados na rede municipal de ensino que têm deficiência auditiva. Apesar de ser uma escola especial para pessoas com deficiência auditiva, o secretário informa que ela vai funcionar como qualquer outro estabelecimento de ensino, onde os estudantes vão aprender as matérias regulares, a exemplo de português e matemática, além de Libras. Segundo o prefeito existe uma necessidade real da manutenção das escolas bilíngues para os alunos surdos para que ocorra a verdadeira inclusão deles na sociedade.
Escola Bilingue
De acordo com a Política Nacional de Inclusão Escolar na escola bilíngue que se asseguram as condições necessárias a uma educação de qualidade. A língua de sinais implica na identidade e na cultura desses indivíduos, e não pode reduzir-se a uma experiência de linguagem “vocabular”, mas precisa ser de fato uma experiência comunicativa. Daí a importância das crianças surdas estarem inseridas nas escolas bilíngues para aquisição e desenvolvimento da Libras”, reforçou.
A língua é compartilhada e, para o surdo, é a língua que estabelece o quanto se consegue compartilhar e estar inserido na sociedade e na cultura. A experiência de vida modificada pela Língua de Sinais, torna-se uma experiência visual de mundo e produz manifestações culturais próprias que ocorrem no contato diário e constante com seus pares linguísticos.
Por estas razões, na Educação Infantil e nas séries iniciais, só a presença do intérprete não garante a inclusão, pois o aluno ainda não tem suas bases linguísticas construídas. As escolas bilíngues estão adequadas à política de inclusão na medida em que possibilitam o desenvolvimento linguístico, cognitivo, crítico e criativo dos alunos surdos e que não são substitutivas da educação regular uma vez que a organização das EMEEs respeita as modalidades de educação infantil e ensino fundamental oferecendo a mesma escolarização da rede regular.
Por Meiry Santos
Fonte: MEC / Rôndonia Dinâmica
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