Além de dar voz a multidões, a tecnologia também pode dar a chance de pessoas com deficiência auditiva ouvirem melhor e tetraplégicos escreverem.
Algumas dessas inovações deram forma a produtos, que mostrados na Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), que começou na quinta-feira (18) e termina no sábado (20), em São Paulo.
“Em vez de usar a tecnologia para ficar falando mal dos outros no
Facebook, a gente faz a vida das pessoas melhor”, disse Daniel Bronzeri,
da empresa Métodos Soluções Inteligentes, um dos 300 expositores do
evento. “A tecnologia tem esse poder", afirma.
A companhia vai apresentar em primeira mão a campainha para surdos. Chamado de Vibra Bell,
o aparelho acopla uma câmera instalada ao botão da campainha, funciona
em conjunto com um aplicativo e é conectado à internet. Toda a estrutura
foi desenvolvida sobre o sistema operacional Android, do Google.
Quando tocado, o dispositivo dispara uma foto, que é enviada para o app
do serviço instalado no smartphone do surdo. Com isso, diz Bronzeri, é
possível saber não só que há alguém na porta, mas também identificar o
indivíduo. Segundo ele, a empresa trabalha em uma nova função que abrirá
a porta à distância. “O aplicativo tem maiores possibilidades, como
para pessoas que têm mobilidade reduzida.”
Deficientes auditivos também são o foco da Oto-Sonic. A empresa é
distribuidora da fabricante de aparelhos auditivos Bonafon, criadora de
um dispositivo que daria inveja aos fãs dos fones mais modernos. É um
aparelho auditivo que se conecta por bluetooth a aparelhos eletrônicos,
como TVs, telefones fixo e móvel, tablets, computadores e GPS.
Mesmo usando aparelhos, os deficientes auditivos possuem dificuldade
para ouvir os sons emitidos pela televisão, computadores e GPS, conta
Elizabetta Radini, fonoaudióloga responsável pelo Departamento de
Audição da Oto-Sonic. “O som vai se propagando no ar e perdendo energia.
Dependendo do tamanho da sala, o som chega baixo ou distorcido”,
explica.
Já a complicação com celulares e telefones decorre porque o captador de
áudio do aparelho auditivo fica em cima da orelha. “Não dá para ouvir e
falar ao mesmo tempo.”
O aparelho funciona assim: um adaptador é ligado aos eletroeletrônicos que não possuem canal direto de bluetooth
para conectá-los ao aparelho auditivo –celulares e tablets não precisam
de intermediação.
Por meio do bluetooth, o som vai direto ao ouvido.
Para controlar o som e atender ligações, o usuário carrega uma espécie
de controle, que também serve como microfone.
O aparelho começou a ser importado para o Brasil no ano passado e já é
utilizado, conta Randini. “Temos um paciente que não atendia ligações.
Hoje, ele brinca que é o telefonista da casa.” Outra paciente, uma
médica, costumava assistir cirurgias no iPad, mas sem áudio. Agora, ela
já pode ouvir os comentários dos cirurgiões durante o procedimento.
Outras tecnologias
A feira também apresenta produtos tecnológicos para tetraplégicos. A Civiam
leva computadores e tablets para deficientes motores, que permitem
digitar com os olhos. O sistema de rastreamento ocular identifica para
qual tecla o usuário está olhando e a escreve na tela.
Deficientes visuais não foram esquecidos. Há aparelhos portáteis que
leem textos por eles para depois lhes narrar o conteúdo e dispositivos
traduzem os caracteres exibidos em telas de computador, celula e tablets
para o Braille.
Reatech 2013| XII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade
Entrada: gratuita
Dias: 18 e 19, das 13h às 21h
20 e 21, das 10h às 19h
Local: Centro de Exposições Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 – São Paulo – SP – Brasil
Evento Simultâneo: Feira Internacional de Tecnologias em Fisioterapia e Feira Nacional da Pessoa Idosa
- Transporte Gratuito - Estação do Metrô Jabaquara - Saída de Vans na Rua Nelson Fernandes, 400
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