A CAIXA Cultural Fortaleza
apresenta, entre os dias 24 e 27 de julho, o espetáculo de animação O
Som das Cores, da Companhia Catibrum, que narra, de forma fantasiosa e
imaginativa, as aventuras e desventuras de Lúcia, uma menina de 15 anos,
que perde a visão subitamente e, pensando que seu cachorro havia fugido
com seus olhos, sai à procura deles pelos subterrâneos das estações de
metrô.
Para permitir que pessoas com deficiência visual possam assistir ao espetáculo, será utilizada uma aparelhagem de audiodescrição em
todas as apresentações feitas em Fortaleza.
Cinquenta aparelhos de
escuta estarão ligados a uma cabine à prova de som, onde um profissional
fará a descrição das informações visuais - ou seja, do que não é dito
nos diálogos do espetáculo.
Em 2002, o ilustrador e escritor taiwanês Jimmy Liao lançou um de seus
maiores sucessos, o livro "O som das cores".
Na história, uma menina,
cuja visão está desaparecendo gradualmente, lança-se em um passeio pelo
metrô, acompanhada de seu cão.
Ao longo da jornada, ela usa a imaginação para construir aventuras e
possibilidades - como aprender a linguagem dos golfinhos e observar
nuvens enquanto descansa no dorso de uma baleia.
Premiado, o livro inspirou filme, série de TV e peça de teatro, além de
ter sido publicado em diferentes países.
Em 2009, uma edição espanhola
chegou às mãos de Lelo Silva, cofundador da companhia mineira Catibrum
Teatro de Bonecos, como presente de uma amiga.
Encantado pela obra e inspirado pela maneira como Liao contava a
história pelas imagens, Lelo decidiu elaborar um espetáculo baseado na
obra.
No processo, agregou ainda outras referências, como poemas de "O
Livro das Imagens", do escritor tcheco Rainer Maria Rilke (entre eles O
Cego).
O resultado foi O som das cores, que chega nesta quinta (24) a
Fortaleza para breve temporada na Caixa Cultural. Na dramaturgia
construída pela Catibrum, a protagonista chama-se Lúcia, uma menina de
15 anos que acaba de perder a visão.
Pensando que seu cachorro havia fugido com seus olhos, a jovem sai à procura deles pelos subterrâneos das estações de metrô.
A partir da técnica de manipulação direta (quando os atores manipulam
os bonecos pegando neles diretamente), os integrantes Daniela Perucci,
Leandro Marra, Patrícia Rache e Aurora Majnoni dão vida aos personagens
da trama.
Nesse caso, o grande desafio é encontrar sintonia e
naturalidade suficientes para que eles pareçam realmente autônomos no
palco.
Desafios
A tarefa parece ter sido cumprida com louvor. Delicado e bonito, "O som
das cores" passa longe de um formato excessivamente infantilizado - ou
seja, mostra-se uma boa pedida tanto para crianças quanto para adultos.
Ao longo da concepção e dos ensaios, os manipuladores passaram por
vários exercícios com olhos vendados.
O objetivo era experimentar a
sensação de não dispor do sentido da visão e, a partir daí, tentar
traduzi-la em um repertório corporal para, depois, passar isso aos
bonecos.
Outro desafio foi sincronizar toda a movimentação com a fala dos
personagens, feita ao vivo.Nesse caso, segundo os atores do grupo,
novamente os ensaios têm papel fundamental.
Nas palavras de Lelo, ator e
diretor do espetáculo, ele "confirma como a magia do teatro de animação
pode ser transformada em uma trama envolvente".
Audiodescrição
Ao longo de sua jornada, Lucia precisa enfrentar seus medos e inimigos e
desafiar sua própria mente.
Ela quer recuperar a visão, mas para isso,
necessita ver o mundo com outros olhos. Nas apresentações em Fortaleza,
um diferencial é a disponibilização de aparelhos de audiodescrição, que
garantem a acessibilidade do espetáculo a portadores de deficiências
visuais.
Além do texto, da técnica e do apuro visual na construção de bonecos e
cenários, destaque ainda para a trilha sonora, assinada pela banda
Graveola e o Lixo Polifônico, também de Belo Horizonte, cujo trabalho
não deixa de ser marcado pela experimentação, entre outros aspectos.
Currículo
Fundada em 1991, em Belo Horizonte, a Catibrum Teatro de Bonecos tem a
proposta de pesquisar manifestações da cultura popular brasileira e
divulgá-las através dos títeres. O Dragão Que Queria Ver O Mar foi seu
primeiro espetáculo, seguido por outros como Andanças" e "Malasarte.
Desde 2000, o grupo promove o Festival Internacional de Teatro de
Bonecos, em Belo Horizonte, com objetivo de apresentar diferentes
técnicas do teatro de animação.
Fonte: Blog da Audiodescrição
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