Ortopedistas do Hospital das Clínicas, em São Paulo, começaram a testar o implante de próteses criadas em impressoras 3D.
A impressora 3D trabalha mais de 20 horas sem parar. A impressão pode
parecer lenta, mas quando termina, estão prontos um dorso e a palma da
mão que vão formar uma prótese para amputados.
O projeto é uma parceria entre a Universidade Federal do ABC e o Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Uma professora de física adaptou um programa da África do Sul. O
trabalho começou quando a equipe do hospital encontrou um amputado
disposto a ser voluntário.
“Toda terça-feira a gente vai no Hospital das Clínicas e encontra com
ele. Um dedo não está legal, a gente volta, imprime aqui, volta lá de
novo. Esse é um trabalho meio que de formiguinha. Mas em oito semanas a
prótese ficou como ela está aqui”, diz Maria Elizete Kunkel, coord. do
projeto/UFABC.
Ricardo perdeu as duas mãos num acidente de trabalho, desde então, em
sessões de fisioterapia, testa a nova mão que um dia irá ganhar. Em
casa, sem a prótese, busca maneiras de se tornar independente.
“Às vezes eu pego uma carteira e vou lá, consigo abrir ela assim pra
conseguir tirar o dinheiro, contar também às vezes, eu fico mexendo
assim. Então a gente vai, o cérebro vai mostrando o que você pode
fazer”, conta Ricardo Coura, auxiliar de produção.
As duas próteses são as convencionais que existem à disposição no
Brasil há muitos anos. Entre os amputados que recebem estes tipos de
próteses, o índice do abandono é de mais de 90% em menos de seis meses.
O
principal motivo é o peso das próteses. Uma pesa mais de 600 gramas,
outra mais de 800 gramas. A que foi feita na impressora 3D não pesa nem
300 gramas.
“O custo dela é muito baixo e a confecção é rápida e fácil. Então a
gente colocando nos primeiros dias vai revolucionar um pouco a vida dos
pacientes”, afirma Mariana Camargo, terapeuta ocupacional/HC.
Com a prótese, Ricardo vai conseguir novas pequenas vitórias, fundamentais para qualquer pessoa.
“Meu nome é o principal, é a minha identidade”, diz Ricardo.
Fonte: G1
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