18 de jul. de 2014

'Pintura Sem Limites' apresenta obras de artistas com deficiência

Foto de dois quadros da Mostra


Não importa se as mãos, inertes, não respondem aos comandos do cérebro. A arte nasce do corpo do artista e não de um membro específico. Prova disso é a exposição Pintura Sem Limites, que fica em cartaz até 29 de agosto no Sesc Carmo, na capital Paulista.


As obras têm temas e estilos variados. Em comum, apenas o fato de terem sido feitas por artistas com deficiência, que executaram os quadros com a boca ou os pés. 


As 14 obras são de integrantes da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), cujo objetivo é incentivar esses artistas por meio de bolsas de estudo para que possam continuar se aperfeiçoando, além de fazerem a divulgação dos trabalhos e assessoria.


Entre os destaques da mostra estão O Palhaço, pintado a óleo com o pé por José Marcos dos Santos; Mulher Golfinho, feito com a boca por Ronaldo Cupertino da Silva, que combina técnicas de desenho e pintura em óleo sobre tela; e Minha Sogra, pintado com a boca em tinta acrílica por Clêncio Ventura. 


A exposição pode ser conferida pelo público em geral, o que inclui pessoas com deficência visual, já que conta com audiodescrição e legenda com caracteres ampliados.


A professora Daniela Caburro, integrante da APBP, é tetraplégica e se dedica desde 1995 à pintura com a boca.


O Sesc Carmo não abre no feriado de 9 de julho e os horários de funcionamento em dias de jogo do Brasil na Copa do Mundo estão sujeitos à alteração.

Incentivo
 

A Associação dos Pintores com a Boca e os Pés foi criada em 1956 pelo alemão Erich Stegmann, que pintava com a boca e resolveu reunir artistas com deficiência física de oito países da Europa. 


Sua intenção era ganhar o próprio sustento por meio sua arte, por isso idealizou a entidade que reproduz os trabalhos de seus artistas na forma de cartões, calendários e outros produtos. Hoje integram a APBP cerca de 800 artistas de 75 países, incluindo o Brasil, que tem 48 membros.


Desde o início, Stegmann rejeitou que a entidade fosse considerada como “de caridade”, palavra que para ele era tão abominável quanto “pena” e “piedade”. O que ele sempre sonhou foi a inclusão dos artistas com deficiência no mercado da arte.




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