A pessoa com deficiência visual que pensa comprar um cão-guia não tem muitas opções na região de Taubaté,
em São Paulo.
Para conseguir um, é preciso encomendar de outro Estado
ou até mesmo do exterior e desembolsar em média R$ 30 mil.
Pensando
nisso, a Associação de Deficientes Visuais em Taubaté está treinando cães-guias para adoção.
O trabalho acontece em parceria com adestradores voluntários e dois
cães estão sendo treinados. Eles foram doados ainda filhotes por um
canil de São Paulo e há quatro meses estão sendo preparados.
Segundo dados do levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
de 2010, na cidade existem cerca de 931 pessoas que não enxergam de
maneira nenhuma, 6.950 que possuem grande dificuldade e 44.528 com
alguma dificuldade visual.
De acordo Luiz Antônio Pedrosa, da associação, esse trabalho começou há
um mês. "A gente faz o treinamento com uma equipe de adestramento e as
pessoas se cadastram. Após uma avaliação psicossocial esses cães são
entregues, ou não, para essas pessoas. A pessoa precisa ter condições
emocionais de estar com esse cão e condições financeiras para a
manutenção desse animal, ele vai precisar de tosa, vacina e ração",
afirmou.
Treinamento
Segundo a associação, não é qualquer cachorro que pode se tornar um
cão-guia. O treinamento começa antes mesmo do filhote nascer, apenas
determinadas linhagens sanguíneas e raças podem ser escolhidas para o
adestramento.
Geralmente, o cão mais utilizado é o da raça Golden
Retriever. Essa seleção é uma garantia que o tempo de adestramento não
seja desperdiçado.
"Caso houver um buraco, parelelepípedo, o cão precisa saber desviar.
Por isso ensinamos ele a desobecer a ordem da pessoa, fazer o auto e
parar, puxar ele para o canto ou algo nesse sentido", disse o adestrador
Everton William.
De acordo com ele, todo o processo de treinamento dura
cerca de dois anos. O cachorro pode exercer essa função, em média, até
os oito anos, quando se aposenta.
Adaptação
Até o momento, nove pessoas com deficiência visual já se inscreveram
para receber um desses cachorros. Eles irão passar por um rastreamento
realizado pela prefeitura, para identificar quais delas têm melhores
condições psicossociais para receber a doação.
Mikaela Marinho da Silva é uma das inscritas e sonha em poder ter o
cão-guia como um companheiro.
"Gosto muito de cachorro e ele auxilia
bastante na locomoção. Por exemplo, tem alguns obstáculos altos que a
bengala não protege e o cão-guia desvia. Sempre tive vontade, mas o
custo é muito alto", disse a estudante de 22 anos. Mikaela nasceu com
deficiência visual por conta da rubéola que a mãe teve durante a
gravidez.
Os interessados em receber um desses cães ainda podem se inscrever
diretamente na Associação, que fica localizada dentro da Rodoviária Nova
de Taubaté.
Fonte: G1
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