Em Itapeva
(SP), as pessoas que têm algum tipo de deficiência nos olhos contam com
uma entidade que busca promover a inclusão social dos atendidos.
O
trabalho da Associação Luz da Visão ainda abrange a preparação para o mercado de trabalho.
Uma das pessoas atendidas na instituição é a estudante Letícia Fernanda
de Oliveira. Ela é estudante de marketing e professora de braile na
ONG.
Quando criança, perdeu a visão, mas afirma que isso nunca foi um
problema. A jovem tem planos para o futuro.
“Tenho muita vontade de
trabalhar com telemarketing. Não só trabalhar com telemarketing, mas
também trabalhar como professora. Não enxergamos com os olhos, mas por
não ter a visão a gente também tem que mostrar a capacidade, mostrar que
a gente é capaz e que consegue”, comenta.
A Luz da Visão atende a mais de 100 pessoas com deficiência visual de
toda região e é referência em todo o Estado pelo trabalho desenvolvido. A
assistente social responsável pela entidade explica que são trabalhados
diversos aspectos para dar mais qualidade de vida ao cego.
“Nosso
trabalho é desenvolver a capacidade e as habilidades da pessoa cega.
Também temos um trabalho diferenciado na inserção social e no mercado de
trabalho. No caso dos cegos, eles podem aprender reflexologia e
massoterapia.
A entidade Luz da Visão foi criada para o exercício da
dignidade e da autonomia. Acredito que eles têm mostrado isso para toda a
sociedade”, comenta.
Quem também frequenta a entidade é o aposentado Altamir Pereira, de 56
anos. Ele explica que há 16 perdeu a visão por conta do diabetes, mas
aprendeu a massoterapia na entidade e encontrou um caminho para uma nova
vida.
Foi a chance de um recomeço. “Além da mobilidade que nós
aprendemos aqui, que é caminhar sozinhos, eu também aprendi o braile, ou
seja, alfabetizei-me de novo. Tive a iniciativa com a informática
também. A perda da visão é uma realidade, mas não me abato por isso
não”, diz.
A entidade também oferece aprendizado musical e um dos atendidos é o
estudante Guilherme da Silva Motta. “Gosto de música desde pequeno. Fui
influenciado diretamente pela família que sempre gostou e vivia com
rádio ligado. Isso foi entrando na minha cabeça de certo modo que eu já
não me desvincular.”
Exemplo
Além de frequentar a associação para as aulas de música e outras
atividades específicas ao deficiente visual, o estudante Guilherme
também é lutador de jiu-jitsu. A equipe da TV TEM acompanhou o jovem em
uma das aulas.
No local é possível perceber que o jovem não tem
limitação. De acordo com ele, a luta possível aos cegos.
“O jiu-jitsu é
uma luta possível para mim porque tem contato com o adversário. Lutamos
bem de perto, muito próximo, diferentemente das outras lutas em que não
se tem contato corporal. Nas outras eu não conseguiria me defender”,
explica.
O professor de artes marciais Carlos César Goulart afirma que a prática
do jiu-jitsu é possível a todas as pessoas.
“É uma arte marcial que
cabe para todas as pessoas, independente das suas limitações ou não. No
caso do Guilherme, a mesma aula que dou para os demais é feita para ele.
Não é preciso adaptar, não tem que alterar em nada. Isso porque o
jiu-jitsu é percepção, ele vai além da visão”, ressalta.
Fonte: G1
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