16 de dez. de 2014

ONG trabalha a inclusão social de pessoas cegas em Itapeva, SP

Foto da placa da ONG Luz da Visão
Em Itapeva (SP), as pessoas que têm algum tipo de deficiência nos olhos contam com uma entidade que busca promover  a inclusão social dos atendidos. 


O trabalho da Associação Luz da Visão ainda abrange a preparação para o mercado de trabalho.


Uma das pessoas atendidas na instituição é a estudante Letícia Fernanda de Oliveira. Ela é estudante de marketing e professora de braile na ONG. 


Quando criança, perdeu a visão, mas afirma que isso nunca foi um problema. A jovem tem planos para o futuro. 


“Tenho muita vontade de trabalhar com telemarketing. Não só trabalhar com telemarketing, mas também trabalhar como professora. Não enxergamos com os olhos, mas por não ter a visão a gente também tem que mostrar a capacidade, mostrar que a gente é capaz e que consegue”, comenta.


A Luz da Visão atende a mais de 100 pessoas com deficiência visual de toda região e é referência em todo o Estado pelo trabalho desenvolvido. A assistente social responsável pela entidade explica que são trabalhados diversos aspectos para dar mais qualidade de vida ao cego. 


“Nosso trabalho é desenvolver a capacidade e as habilidades da pessoa cega. Também temos um trabalho diferenciado na inserção social e no mercado de trabalho. No caso dos cegos, eles podem  aprender reflexologia e massoterapia. 


A entidade Luz da Visão foi criada para o exercício da dignidade e da autonomia. Acredito que eles têm mostrado isso para toda a sociedade”, comenta.


Quem também frequenta a entidade é o aposentado Altamir Pereira, de 56 anos. Ele explica que há 16 perdeu a visão por conta do diabetes, mas aprendeu a massoterapia na entidade e encontrou um caminho para uma nova vida. 


Foi a chance de um recomeço. “Além da mobilidade que nós aprendemos aqui, que é caminhar sozinhos, eu também aprendi o braile, ou seja, alfabetizei-me de novo. Tive a iniciativa com a informática também. A perda da visão é uma realidade, mas não me abato por isso não”, diz.


A entidade também oferece aprendizado musical e um dos atendidos é o estudante Guilherme da Silva Motta. “Gosto de música desde pequeno. Fui influenciado diretamente pela família que sempre gostou e vivia com rádio ligado. Isso foi entrando na minha cabeça de certo modo que eu já não me desvincular.”


Exemplo


Além de frequentar a associação para as aulas de música e outras atividades específicas ao deficiente visual, o estudante Guilherme também é lutador de jiu-jitsu. A equipe da TV TEM acompanhou o jovem em uma das aulas. 


No local é possível perceber que o jovem não tem limitação. De acordo com ele, a luta possível aos cegos. 


“O jiu-jitsu é uma luta possível para mim porque tem contato com o adversário. Lutamos bem de perto, muito próximo, diferentemente das outras lutas em que não se tem contato corporal. Nas outras eu não conseguiria me defender”, explica.


O professor de artes marciais Carlos César Goulart afirma que a prática do jiu-jitsu é possível a todas as pessoas. 


“É uma arte marcial que cabe para todas as pessoas, independente das suas limitações ou não. No caso do Guilherme, a mesma aula que dou para os demais é feita para ele. Não é preciso adaptar, não tem que alterar em nada. Isso porque o jiu-jitsu é percepção, ele vai além da visão”, ressalta.


Fonte: G1


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