Um projeto que une natureza e prática de esportes busca integrar pessoas com deficiência ao mar.
Na Grande Florianópolis,
as atividades provam que limites existem para serem superados. Neste
domingo (7), crianças, jovens e adultos participaram da ação na Guarda
do Embaú, em Palhoça.
Cerca de 30 pessoas chegaram cedo à praia para aproveitar o dia. Entre
os participantes, Krishna Bimo Gargantiel, o 'Bimo', de 17 anos, que
pela primeira vez participa do projeto.
No caminho até a praia, ele
tenta disfarçar a ansiedade com um sorriso meio tímido. Quando
perguntado qual esporte queria praticar, ele fica envergonhado e pede
para a mãe responder.
Segundo Karuna Gargantiel, ainda não havia uma modalidade preferida,
mas foi só pisar na praia, que Bimo fez sua primeira aula de stand up
paddle.
Logo em seguida, ele se aventurou sobre as ondas da Guarda e
conseguiu até se equilibrar sobre a prancha. No começo foi um pouco
desajeitado, mas logo ele conseguiu dar conta de descer a ondulação.
“Esses esportes são o que mais as crianças especiais precisam. Essas
performances, eles estão abertos, estão felizes e o mais importante é a
felicidade deles”, diz a mãe de Bimo.
Denise Arruda é mãe de Luís Davi Arruda, 14 anos, que possui problema
de coordenação motora. Ele foi desenvolvido devido a uma má formação do
bebê, que nasceu com quase cinco meses de gestação.
Mesmo sem falar
muito, o garoto consegue se expressar de um jeito bastante especial: a
cada manobra sobre a prancha de stand up paddle ou surfe, um novo
sorriso ilumina o seu rosto.
“Ele fica muito ansioso. Quais não dorme à noite. Fica na expectativa
pra vir”, conta Denise. Segundo a professora de educação especial, Eva
Terezinha Spricigo, um dos maiores benefícios da integração entre os
participantes é a elevação da autoestima.
O projeto 'Atletas da Natureza' nasceu há 15 anos, a
partir da extensão de aulas de natação voltadas a crianças, adolescentes
e pessoas com necessidades especiais.
Segundo o coordenador da
atividade, Georgio Washington de Almeida, conhecido como ‘Madeira’, o
número de participantes aumenta a cada ano.
As aulas são ministradas por professores de educação física e
instrutores, especializados no esporte. Tainá Hinckel, de 11 anos, é
surfista profissional e já disputou provas fora do Brasil.
Ela é uma das
voluntárias do projeto. “Eles aprendem rapidinho. A evolução é bem
rápida mesmo”, conclui a instrutora.
Segundo Madeira, os participantes nem sempre conseguem mostrar uma
evolução técnica muito grande.
O maior desenvolvimento é no quesito
pessoal, nas emoções. “É gratificante. Dá para ver pelo sorriso aqui ó”,
afirma.
Quem conclui os benefícios do projeto é Anselmo Mendes, um dos
primeiros participantes do projeto. "É muito bom. Muito bom mesmo. Pela
saúde, pela vida. É muito bom", resume.
Fonte: G1
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