Quando uma pessoa possui algum tipo de deficiência física,
geralmente, é possível percebê-lo facilmente, como por exemplo, um
cadeirante, deficientes visuais, auditivos, além de pessoas com Síndrome
de Down, enfim, a maioria das classes de deficiências permite ao
portador que se identifique – e seja identificado – como tal e,
portanto, conte com a boa vontade da sociedade em geral e dos órgãos
protetores para melhorarem sua qualidade de vida.
Por outro lado,
existem pessoas que são portadores de deficiências menos conhecidas, mas
nem por isso menos importantes, já que esses pacientes também requerem
adaptações que são fundamentais para conseguirem realizar, com
tranquilidade, suas atividades mais cotidianas, como exemplo podemos
citar os ostomizados.
Quando uma pessoa fica ostomizada, ela passa por algumas
transformações em sua vida, e uma delas é a necessidade de um banheiro
adaptado, que é o principal ambiente que sofre alterações para atender
às suas necessidades. Porém esse tipo de adaptação é raríssimo de se
encontrar.
Infelizmente, quando se constrói banheiros para portadores de
necessidades especiais, geralmente as pessoas só se lembram dos
cadeirantes, e se esquecem de que existem deficiências diversas, cada
uma com especificidades diferentes.
Muitas pessoas ostomizadas hesitam em sair de suas casas e em ter uma
vida social ativa, pois se preocupam em como esvaziar a sua bolsa
coletora fora de suas residências. Para um ostomizado pode ser
estressante utilizar banheiros públicos e pode causar pânico o fato de
lidarem com os eventuais vazamentos de dejetos ou urina em banheiros
públicos. Portanto, a disponibilização de banheiros públicos para o
atendimento adequado aos ostomizados pode ser a chave para aumentar a
sensação de bem-estar e a reabilitação dos ostomizados em sua
comunidade. O ideal seria que esses banheiros fossem instalados em
hospitais, casas geriátricas, clínicas e todos os prédios públicos.
Para uma pessoa não ostomizada, isso pode parecer um “sonho de
consumo”, mas para os ostomizados, um banheiro adaptado é sim uma
necessidade.
Só os ostomizados sabem a dificuldade em esvaziar a bolsa de ostomia,
principalmente em banheiros públicos. Ao esvaziar a bolsa, as fezes são
despejadas em vasos sanitários normais, e nessa operação, se o
ostomizado não tiver cuidado, pode ter a roupa respingada.
Cada pessoa se adapta do jeito que achar melhor, alguns agacham,
outros sentam no vaso sanitário, de frente, de costas, de lado …, lógico
que isso não é o fim do mundo, mas não seria mais fácil se a pessoa
ostomizada pudesse esvaziar a bolsa de pé? E é para isso que servem os
banheiros adaptados, para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
O ideal é ter um vaso sanitário exclusivo para as pessoas
ostomizadas, que deve ficar aproximadamente a 80 centímetros do solo, em
uma altura adequada para o ostomizado esvaziar a sua bolsa. Também é
muito importante instalar junto ao vaso sanitário um ponto de água
equipado com uma ducha higiênica, pois facilita a higienização da bolsa.
Quando a pessoa ostomizada usa banheiro em casa, o problema é menor,
pois já está acostumado, porém, em banheiros públicos, a dificuldade
pode ser bem maior, pois o espaço pode ser pequeno, pode não ter ducha
higiênica, a altura do vaso sanitário pode não ser adequado e também
existe o medo de fazer sujeira. Quantos ostomizados já não sofreram
algum acidente ao esvaziar a sua bolsa?
Em alguns lugares existem banheiros adaptados para o ostomizado, como
por exemplo, podemos citar o Japão (instalado na Prefeitura de
Narashino, em 1998), Portugal (na Cidade do Barreiro), e também em
algumas cidades brasileiras, como em Nova Friburgo (na sede da AOCNF –
Associação dos Ostomizados do Centro – Norte Fluminense), Pernambuco,
Amazonas (Associação dos Ostomizados do Amazonas – ASSOAM), Piumhi
(Centro de Apoio dos Amigos Ostomizados de Piumhi -Minas Gerais), São
Paulo (AME Barradas).
Existem outros banheiros adaptados pelo mundo, mas são poucos para o
número de ostomizados, esperamos que esses sejam exemplos para a
construção de muitos outros, para que o ostomizado possa usar banheiros
públicos adequados às suas necessidades, sem as dificuldades que se tem
atualmente e sem medo.
Em Juiz de Fora, MG, aprovada a disponibilização de sanitários adaptados para ostomizados
Os shopping centers, os centros comerciais e os
supermercados com área bruta locável (ABL) superior a 2.000 m2, assim
como os cinemas, os teatros, as rodoviárias, os estádios de futebol e
locais destinados a realização de festas e shows, ainda que com área
inferior, terão que disponibilizar banheiros públicos adaptados para
ostomizados. A Câmara aprovou projeto de lei do vereador Roberto
Cupolillo (Betão) estabelecendo a medida. A expectativa do vereador é
pela sanção da lei. A partir daí, os estabelecimentos terão 180 dias
para tomarem providências.
Várias adaptações são propostas pelo vereador, a começar pelo aviso
de acesso preferencial aos portadores de necessidades especiais,com o
símbolo universal do ostomizado. Os toaletes terão, além de vasos
normais, sanitários infantis com anteparo seco, instalado há
aproximadamente 80 centímetros do chão, fechado por uma bancada. E a
ducha higiênica deve ser instalada a 110 centímetros de altura, do lado
direito e próxima ao toalete.
“A criação desses banheiros adaptados não exige
nenhuma tecnologia de ponta. A instalação é de baixíssimo custo, ainda
mais, quando comparada aos benefícios à dignidade da pessoa ostomizada”,
afirma Betão.
O vereador argumenta que Juiz de Fora é referência no
atendimento desde a criação do Centro de Atenção à Pessoa Ostomizada,
vinculado ao SUS, em 1988. Além de distribuir bolsas coletoras,
oferecidas pelo Poder Público, o Centro disponibiliza profissionais
especializados, entre os quais enfermeiros, assistentes sociais e
psicólogos. Funciona no sétimo andar do Departamento de Clínicas
Especializadas, PAM Marechal, que já conta com banheiro adaptado. A obra
pode servir de modelo,” disse.
As penalidades já estão definidas para os infratores. No caso de
serem concessionárias ou permissionárias de serviço público, estarão
sujeitos ao Código de Defesa do Consumidor. Os demais estabelecimentos
vão arcar com multa entre R$ 500 a R$ 5000 e podem, inclusive, perder a
licença de funcionamento. As penalidades serão aplicadas em dobro em
caso de reincidência.
Informações: www.camarajf.mg.gov.br
fonte: http://www.inclusive.org.br/
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