"A solução foi propor o deslocamento da arquibancada com os espaços destinados às pessoas com deficiência"
Após várias reuniões, discussões técnicas e um bom número de
correções e modificações de projetos, o Ministério Público de Mato
Grosso do Sul, através da Promotoria de Justiça da Cidadania, Idoso e
Pessoa com Deficiência, representada pela Promotora de Justiça Cristiane
Barreto Nogueira Rizkallah, auxiliada pelo assistente técnico nomeado
nos autos, o arquiteto Jean Claud Borges Maciel Pinheiro, chegou a um
acordo com o Cinemark a respeito da segunda etapa da reforma para
adaptação às normas de acessibilidade. A primeira etapa, já foi
concluída, foi a correspondente à adaptação do saguão principal, cafés,
bilheteria, circulação de acesso às salas de cinema, bebedouros e
sanitários.
A segunda etapa é muito mais difícil, pois diz respeito às salas de projeção, onde existem grandes desníveis. É muito mais complexo reformar edificações existentes para adaptar às normas do que quando as edificações já nascem acessíveis. E com o Cinemark não é diferente. Nas salas de projeção, a reclamação se resume ao ângulo de visão dos locais destinados a usuários de cadeiras de rodas. Esses locais, atualmente nas primeiras fileiras de todas as salas de projeção, fazem com que as pessoas fiquem sentadas em uma posição extremamente desconfortável, com a cabeça voltada para cima, além de muito próximas da tela.
O ideal, segundo o artigo 23 do Decreto n. 5.296/04, seria que os assentos para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida fossem espalhados pelo interior da sala de projeção e devidamente atendidos por rota acessível.
No entanto, verificou-se a impossibilidade de reformar as salas de modo a atender essa determinação, uma vez que é muito acentuada a inclinação das arquibancadas em que os assentos estão fixados, e formaria uma rampa extensa e íngreme. Verificada essa inviabilidade, foram propostas e discutidas outras opções, no sentido de proporcionar a solução mais confortável possível para os usuários de cadeiras de rodas e que fosse tecnicamente viável. Isso tudo, sem esquecer as rotas de fuga para o caso de incêndios e acidentes, que também possuem exigências técnicas que não podem ser prejudicadas para o atendimento a outras normas.
Após os estudos, a solução foi propor o deslocamento da arquibancada com os espaços destinados às pessoas com deficiência, bem como as cadeiras de acompanhantes, para a altura que corresponde atualmente à da terceira fileira de poltronas. Dessa forma, o ângulo de visão, que atualmente está em torno de 60° graus, passará para o intervalo entre 30 a 41° graus, dependendo da sala de projeção. Serão duas salas com ângulo de 30, quatro com ângulo de 36, duas com ângulo de 40, e duas com ângulo de 41 graus. Ou seja, a adaptação gerará ângulos de visão muito mais próximos ao ângulo de 30°, previsto no item 8.2.1.2.1 da NBR 9050, norma da ABNT. Haverá também poltronas destinadas a pessoas obesas, com largura equivalente à de dois assentos.
O Cinemark aceitou a proposta e elaborou o projeto de reforma já com essas modificações. A equipe do Ministério Público Estadual já fez o teste in loco, assistindo a trechos de filmes legendados, tanto sentados nas primeiras fileiras das salas de projeção, onde estão os espaços para ocupantes de cadeiras de rodas, como nas terceiras fileiras, para onde serão transferidos os espaços após a reforma e eliminação das fileiras anteriores. A melhora no nível de conforto foi muito significativa.
Portanto, ultrapassado esse ponto mais difícil, os próximos passos rumo à acessibilidade do Cinemark serão mais tranquilos.
A segunda etapa é muito mais difícil, pois diz respeito às salas de projeção, onde existem grandes desníveis. É muito mais complexo reformar edificações existentes para adaptar às normas do que quando as edificações já nascem acessíveis. E com o Cinemark não é diferente. Nas salas de projeção, a reclamação se resume ao ângulo de visão dos locais destinados a usuários de cadeiras de rodas. Esses locais, atualmente nas primeiras fileiras de todas as salas de projeção, fazem com que as pessoas fiquem sentadas em uma posição extremamente desconfortável, com a cabeça voltada para cima, além de muito próximas da tela.
O ideal, segundo o artigo 23 do Decreto n. 5.296/04, seria que os assentos para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida fossem espalhados pelo interior da sala de projeção e devidamente atendidos por rota acessível.
No entanto, verificou-se a impossibilidade de reformar as salas de modo a atender essa determinação, uma vez que é muito acentuada a inclinação das arquibancadas em que os assentos estão fixados, e formaria uma rampa extensa e íngreme. Verificada essa inviabilidade, foram propostas e discutidas outras opções, no sentido de proporcionar a solução mais confortável possível para os usuários de cadeiras de rodas e que fosse tecnicamente viável. Isso tudo, sem esquecer as rotas de fuga para o caso de incêndios e acidentes, que também possuem exigências técnicas que não podem ser prejudicadas para o atendimento a outras normas.
Após os estudos, a solução foi propor o deslocamento da arquibancada com os espaços destinados às pessoas com deficiência, bem como as cadeiras de acompanhantes, para a altura que corresponde atualmente à da terceira fileira de poltronas. Dessa forma, o ângulo de visão, que atualmente está em torno de 60° graus, passará para o intervalo entre 30 a 41° graus, dependendo da sala de projeção. Serão duas salas com ângulo de 30, quatro com ângulo de 36, duas com ângulo de 40, e duas com ângulo de 41 graus. Ou seja, a adaptação gerará ângulos de visão muito mais próximos ao ângulo de 30°, previsto no item 8.2.1.2.1 da NBR 9050, norma da ABNT. Haverá também poltronas destinadas a pessoas obesas, com largura equivalente à de dois assentos.
O Cinemark aceitou a proposta e elaborou o projeto de reforma já com essas modificações. A equipe do Ministério Público Estadual já fez o teste in loco, assistindo a trechos de filmes legendados, tanto sentados nas primeiras fileiras das salas de projeção, onde estão os espaços para ocupantes de cadeiras de rodas, como nas terceiras fileiras, para onde serão transferidos os espaços após a reforma e eliminação das fileiras anteriores. A melhora no nível de conforto foi muito significativa.
Portanto, ultrapassado esse ponto mais difícil, os próximos passos rumo à acessibilidade do Cinemark serão mais tranquilos.
Fonte: www.atitudeinclusão.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário