Uma mulher de 89 anos com uma grave doença ocular voltará a enxergar com definição graças ao implante de um microtelescópio do tamanho de uma ervilha em seu olho esquerdo.
A operação, feita na Califórnia, nos Estados Unidos, é pioneira e pode se tornar um procedimento de rotina nos próximos anos.
Virginia Bane sofre de degeneração macular relacionada à idade (AMD, na sigla em inglês), uma das principais causas de cegueira. "Já
consigo enxergar melhor. As cores são mais vibrantes, bonitas e
naturais, e consigo ler letras grandes com meus óculos", diz. Pintora de
aquarela, ela também espera retomar suas atividades após quase dez anos
de problemas de visão.
"Não conseguia ler durante os últimos sete anos, e estou animada para
pintar novamente", acrescenta. A causa exata da degeneração macular
ainda é desconhecida, mas o problema se agrava conforme os olhos
envelhecem. A mácula é uma região da retina, na parte posterior do olho,
composta por milhões de células fotossensíveis responsáveis pela visão
central clara, nítida e detalhada. Trata-se da parte mais sensível da
retina, que transforma a luz em impulsos elétricos enviados ao cérebro
através dos nervos ópticos. O cérebro lê os impulsos e os traduz em
imagens.
No caso do olho atingido pela doença, pontos centrais não são vistos
com clareza. "A degeneração macular danifica a retina e causa um ponto
de cegueira no campo central de visão das pessoas.
O implante
telescópico restaura a visão ao projetar imagens sobre uma parte não
danificada da retina, o que torna possível ver os rostos das pessoas e
detalhes de objetos localizados diretamente diante delas", diz Mark
Mannis, professor titular de oftalmologia e ciências da visão do Centro
de Olhos do hospital da universidade americana US Davis, em Sacramento,
na Califórnia.
Virginia Bane é a primeira de uma lista de 50 pessoas que se voluntariaram nos Estados Unidos para receber o implante.
Virginia Bane é a primeira de uma lista de 50 pessoas que se voluntariaram nos Estados Unidos para receber o implante.
"A visão de
Virginia vai continuar melhorando com o tempo, conforme ela recondiciona
seu cérebro para enxergar", diz Mannis. Já o médico Richard van Buskirk
explica a diferença entre os dois olhos da paciente.
"Ela basicamente
usa o olho esquerdo com o implante telescópico para enxergar detalhes,
como usar um teclado de micro-ondas ou ler um livro. Seu olho direito,
sem tratamento, proporciona a visão periférica, o que ajuda com a
mobilidade, incluindo atividades como caminhar ou se localizar dentro de
casa", destaca.
"Eventualmente, seu cérebro alternará de forma
automática, usando a capacidade de cada olho conforme for necessário",
afirma.
Fonte G1
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