Mesmo após quatro meses do início do ano letivo, professores e pais de alunos das Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (Emebs) de São Paulo reclamam que os livros didáticos adaptados ao ensino da Língua Brasileiras de Sinais (Libras)
ainda não foram entregues.
Eles questionam também a falta de material
escolar, como lápis e cadernos, de uniformes e de mais profissionais
intérpretes nessas salas de aula especiais.
Tidas como modelo no País, as seis Emebs distribuídas na capital atendem mais de mil alunos. Todos eles possuem algum tipo de deficiência auditiva.
"Deveriam ser entregues de quatro a cinco livros de matérias como
Português em Libras, além de lápis, borracha e cadernos para escrever e
desenhar, mas eles ainda não chegaram", afirma a dona de casa Fátima de
Lourdes, de 40 anos. Seu filho, Lucas Campos, de 11, está matriculado no
4.º ano do ensino fundamental da Escola Hellen Keller, na zona sul da
cidade.
De acordo com duas professoras da Emebs Mário Pereira Bicudo, na zona
norte, que preferiram não se identificar, a falta do material didático
na escola compromete o trabalho pedagógico. "As Emebs precisam melhorar
muito."
Outra mãe, que também optou pelo anonimato, critica a demora na entrega
do uniforme escolar para seu filho de 4 anos que estuda na Emebs Neusa
Bassetto, localizada na Mooca.
A falta de professores titulares e substitutos foi um dos problemas identificados pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga as Emebs.
Consultada, a Secretaria Municipal de Educação nega a falta de livros
didáticos. "Todo o material específico foi entregue em outubro de 2012 e
é válido para os anos 2013 e 2014", informou em nota.
Sobre os uniformes, a secretaria disse que o atraso foi "ocasionado
pela não aquisição por parte da gestão anterior, havendo necessidade de
nova contratação".
A respeito da falta de professores titulares, afirmou
que o quadro está completo, "com exceção da Emebs Hellen Keller, onde
está em processo a contratação de dois professores intérpretes". Em
relação aos substitutos, a informação é que contratações "estão em
curso".
Fonte: http://www.estadao.com.br
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