Contato com o cavalo é fundamental na melhora do comportamento e autoestima dos praticantes (Foto: Rodrigo Menaros/G1)
O Centro Estadual de Equoterapia (CEEQUO) Thiago Vidal Magalhães, em
Roraima, celebrou dez anos de funcionamento com uma programação especial
aos seus praticantes e funcionários. Na manhã desta quinta-feira (30) o
evento contou com apresentações de malabarismo, mágica, sorteio de
brindes, entrega do certificado "Amigo da Equoterapia", e também um
almoço aos presentes.
De acordo com o sargento De La Roque, diretor do CEEQUO e membro da
Polícia Militar de Roraima, o centro ainda é muito jovem, mas vem
gradualmente consolidando as suas atividades no estado.
"A equoterapia é
um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como
instrumento pedagógico e de reabilitação física".
O Centro atende atualmente 137 pessoas, dentre crianças, jovens e
idosos, que recebem um encaminhamento médico com indicação para a
prática de equoterapia. Depois de passarem por uma avaliação com uma
equipe multiprofissional, formada por fisioterapeutas, psicólogos,
fonoaudiólogos, pedagogos e educadores físicos, um cavalo é
especialmente escolhido para as necessidades específicas de cada um, e o
tratamento tem início.
Síndrome de Down, acidente vascular cerebral, traumatismo
cranioencefálico e diversas formas de paralisia cerebral são as
ocorrências mais frequentes no CEEQUO, segundo o sargento De La Roque.
A fisioterapeuta Márcia Sartor auxilia um praticante da equoterapia (Foto: Rodrigo Menaros/G1)
Para Márcia Sartor, fisioterapeuta do Centro, os resultados da
equoterapia começam a aparecer de oito a dez sessões depois do início do
tratamento, mas alguns praticantes apresentam melhora desde a primeira
vez que sobem no cavalo.
"No caso de autistas, uma pessoa com depressão
ou que teve um AVC e que está com o comportamento alterado, uma sessão
de equoterapia já traz uma grande melhora. Nós vemos o comportamento e a
autoestima mudar muito".
A escolha do cavalo como instrumento no tratamento se deve ao fato dele
ter uma passada muito semelhante à marcha normal do ser humano, o que
auxilia na movimentação e estímulo de todos os músculos do corpo durante
a prática.
"O cavalo aceita a pessoa como ela é. Ele fica amigo,
reconhece o cheiro do praticante desde a primeira sessão", disse a
fisioterapeuta.
Juscelinno Lima e Marly Renken, pais da pequena Liandra, levam a filha
para as sessões de tratamento há dois anos.
A criança nasceu com uma má
formação congênita dos quatro membros (Síndrome de artrogripose), mas
com a equoterapia vem apresentando melhoras na força e equilíbrio de seu
corpo.
"Desde que começamos a trazê-la, o desenvolvimento dela melhorou
bastante. Mesmo com suas limitações, hoje ela se locomove melhor, senta e
consegue ficar de joelhos no chão. Além disso, o envolvimento com o
cavalo a deixa muito feliz", afirmou Marly.
Liandra Renken, uma das beneficiadas com a equoterapia (Foto: Rodrigo Menaros/G1)
Fonte: G1 - RORAIMA
Nenhum comentário:
Postar um comentário