Em 1985, o então jovem e recém-casado Wilson Alves de Oliveira sofreu um grave acidente automobilístico em Santa Catarina.
Foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico,
perda do olfato e da visão.
Ficou internado na UTI, realizou uma série
de cirurgias e se submeteu meses de readaptação à nova realidade.
Hoje,
com 56 anos, continua exercendo sua profissão de médico e conta
orgulhoso que muitos dos pacientes que atende diariamente pelo SUS de
Blumenau ou em sua clínica particular sequer reparam que ele é
deficiente visual.
O médico foi operado em Santa Catarina, mas a complexidade do caso
pedia a intervenção de especialistas de São Paulo. E foi na maior cidade
do país que ele descobriu que jamais recuperaria a visão – seus olhos,
até hoje, não respondem a nenhum estímulo de luz.
No mesmo ano, dr.
Wilson fez curso de reabilitação na fundação Dorina
Nowill, centro de referência para deficientes visuais. “Lá, aprendi o
braile, a me locomover com o auxílio de uma bengala e atividades da vida
cotidiana. Antes, nem cortar um bife eu conseguia”, relembra.
Ser independente e “feliz com a vida” são outras características do dr.
Wilson, que garante: nunca teve problemas com aceitação. “Vivo sozinho,
viajo de avião sozinho, vou ao supermercado, pego táxi e até metrô
quando estou em São Paulo. Eu e a minha bengala, né?”, conta o pai de
três jovens “maravilhosos”. Apesar da agitada rotina, o dr. Wilson ainda
arruma tempo para cuidar da saúde, fazendo trilhas a pé e pedalando sua
bicicleta de dois selins.
A tecnologia se encarrega de mantê-lo informado, por revistas no
formato MP3, e de adaptá-lo ao computador, equipado com softwares
especiais para deficientes visuais. Mas a força para seguir em frente,
segundo dr. Wilson, “está dentro de nós e de Deus”.
Por isso, procura
seguir os ensinamentos de pensar sempre no próximo e de praticar a
caridade. "Assim, tudo fica tranquilo. Tanto é verdade que nunca tomei
um comprimido de antidepressivo na vida".
Fonte: Terra
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