Na abertura da Copa do Mundo, quinta (12) no Itaquerão, o mundo
assistiu um paciente tetraplégico da AACD (Associação de Assistência à
Criança Deficiente) dar o chute na Brazuca graças a um exoesqueleto
robótico capaz de decodificar as atividades elétricas dos neurônios e
transmitir o comando do cérebro para as pernas.
O "gol" da ciência é
resultado da pesquisando neurocientista Miguel Nicolelis, da
Universidade Duke (EUA).
Experiências semelhantes, de como a tecnologia pode trazer qualidade de
vida para quem teve um membro amputado, já deixaram de fazer parte de
uma realidade distante.
Na mesma semana (segunda, 9, precisamente) um
joinvilense se beneficiou de um desses "milagres". Tiago Fonseca, 24
anos, que teve a mão amputada há três anos em um acidente de trabalho,
recebeu a primeira prótese funcional (mioelétrica) da gerência executiva
do INSS de Joinville.
Pela primeira vez, desde que sofreu um acidente de trabalho em uma
indústria de plásticos, Tiago Fonseca experimentou a sensação de segurar
um lápis com os dedos da mão direita e escrever sobre o papel.
Na sede
da Reabilitação Profissional da GEX (Gerência Executiva do INSS), os
funcionários que presenciaram a conquista se emocionaram ao vê-lo também
erguer sozinho uma xícara de café.
Fonseca ainda vai passar por um período de esforço para adaptação à
prótese para que tenha força e os movimentos produzidos por
eletricidade, com o uso de duas baterias recarregáveis por 12 horas.
Ao abandonar a prótese estática, que comprou com parte do dinheiro da
indenização, e experimentar a tecnologia mioelétrica, a mais avançada e
adequada para as suas necessidades profissionais de engenheiro, Tiago
sentiu toda a diferença: "É como se eu tivesse ganhado uma mão de
verdade". alegra-se.
Volta ao mercado de trabalho
Depois de acostumar a musculatura, Fonseca poderá pegar peso, cortar alimentos rígidos e, o que é mais importante, escrever e retornar ao trabalho. "Com o maior prazer", disse ele, que deverá ser redirecionado para um novo posto na fábrica de torneiras e mangueiras de Joinville.
Mesmo com o acidente, Tiago não se acomodou. Aproveitou o auxílio-doença
recebido do INSS para continuar estudando. No ano passado, conseguiu
concluir a faculdade de engenharia de produção pela Univille.
Solteiro, morando com os pais, Tiago quer agora crescer
profissionalmente e adquirir cada vez mais independência física e
financeira.
Ele ainda se regozija de ter conseguido salvar o braço
quando um colega ligou por descuido a máquina que o mutilou e acredita
que foi até beneficiado por ter podido se aperfeiçoar teoricamente nesse
período:
"Agora eu tenho uma deficiência física que favorece a minha
inclusão no mercado de trabalho, mas não sou um deficiente físico
qualquer: eu tenho um curso de engenharia"
Fonte: Notícias do Dia
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