O sonho do catarinense Ezequiel de Souza Corrêa é ser atleta de halterofilismo (levantamento de peso). Ele tem 26 anos, mora em Capivari de Baixo,
no Sul do estado, e tenta uma vaga na seleção brasileira para as
Paraolimpíadas de 2016. Com deficiência na perna e nos pés, ele
descobriu na academia o talento para o esporte.
Desde pequeno, o catarinense teve dificuldades relacionadas à deficiência fibular.
"Não tenho calcanhar, não tenho dois dedos em cada pé. Não tenho a
fíbula, o meu joelho não é formado inteiro. Com um ano fiz cirurgia, com
uma ano e meio fiz outra cirurgia e com 6 anos fiz outra. Dos 9 aos 13
fiquei com a 'galhada' [aparelho ortopédico] na perna, cirurgia, andei
de cadeira de roda bastante tempo, andei de muleta bastante tempo",
descreve.
Descoberta
Na academia, Ezequiel e o treinador descobriram o talento do atleta
para o halterofilismo. Há 10 anos ele começou a treinar para fortalecer a
musculatura e diminuir as dores no corpo. Agora se prepara para
competições, que podem garantir uma vaga na equipe paraolímpica brasileira.
"Quando ele teve início no treino, o objetivo principal era a questão
de saúde, para evitar um sobrepeso, fortalecer a articulação,
principalmente região de quadril, joelho, tornozelo. Com o passar do
tempo, a gente viu que ele tinha talento, muita força muscular e foi se
apaixonando pela atividade. Então a gente vê a data das competições. Em
cima disso, a gente treina, prepara para a competição", explica o
treinador, Rafael Gonçalves Alves.
Ezequiel descreve a rotina. "Acordo às 11h, vou lá, faço a minha
proteína. Fico vendo televisão, chega 16h faço meu shake de novo, que é
outro tipo de proteína. Venho para a academia, fico entre 30 e 45
minutos aqui".
Conquistas
Conhecido como Zico, Ezequiel já conquistou três troféus estaduais nas
categorias levantamento de peso e halterofilismo. Além disso, foi
pré-selecionado para a seleção brasileira. Em 2015, vai participar de
seletivas em busca de uma vaga para representar o país nas
Paraolimpíadas de 2016.
"Humilde, guerreiro, batalhador. Apesar das dificuldades, quem conhece o
Ezequiel nunca o vê com o rosto fechado, triste", elogia o treinador.
"Se o cara não trabalhar bem a cabeça, não trabalhar o coração, se o
cara se deixar levar pela deficiência, fica ruim. Entra em uma 'deprê',
não sai mais de casa", diz Ezequiel.
Fonte: G1
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