A jornalista Cláudia Werneck, idealizadora e fundadora da Escola de Gente, comemorou o recebimento da Ordem do Mérito Cultural pela instituição, que, desde 2002, promove ações de inclusão social para pessoas com deficiência. Segundo Cláudia, o prêmio é um reconhecimento ao esforço da instituição nesses 12 anos.
O prêmio foi entregue no último dia 5 pela presidente Dilma Rousseff à
escola e mais 25 instituições. A Escola de Gente foi a primeira a
receber a condecoração na cerimônia, realizada no Palácio do Planalto.
“Ganhar este prêmio é fundamental para o trabalho da escola, porque,
ainda hoje, infelizmente no Brasil, existe a ideia de que, quando se faz
cultura associada a inclusão e acessibilidade, essa cultura é menor,
não é pura, digamos assim, porque está muito influenciada por uma visão
social e educacional”, disse Cláudia à Agência Brasil, antes de receber o
prêmio.
Para a fundadora da Escola de Gente, a Ordem do Mérito Cultural é importante para fortalecer a ideia de que a acessibilidade tem
de ser garantida de modo integral e gratuito, já que 80% das pessoas
com deficiência vivem em regiões de pobreza.
“Nosso lema é toda
acessibilidade, todo dia. Somos contra acessibilidade em dia de festa,
porque pessoas com deficiência são reais, elas existem, estão vivas, não
vão desaparecer do mapa. Já perdemos muito tempo sem garantir tal
direito a essas pessoas.”
A organização fundada por Cláudia atua desde 2002 na conscientização de
que os direitos das pessoas com deficiência, em especial das crianças,
devem ser garantidos.
Em parceria com organizações sociais,
representantes do governo e empresas, a Escola de Gente produz e
dissemina conteúdos sobre o tema em diversas plataformas, como livros,
vídeos e campanhas midiáticas, além de espetáculos teatrais, oficinas e
cursos.
Segundo a ONG, 32 mil livros sobre inclusão foram distribuídos
de forma gratuita e mais de 400 mil pessoas foram sensibilizadas em 17
países.
De acordo com Cláudia, com financiamento de quatro empresas, por meio
da Lei Rouanet, são patrocinadas diversas ações culturais, como a
confecção de livros e a exibição de peças teatrais.
“A Escola de Gente
tem coerência, porque tem marcos teóricos próprios, faz suas
metodologias e as dissemina gratuitamente, e ainda faz o trabalho de
avocar-se nacionalmente”, explicou a jornalista.
Ela acrescentou que a ONG atua ainda em parceria com o Congresso
Nacional, o Executivo e o Ministério Público para criar leis para o
público prioritário.
“Fazemos leis e nos associamos [com os diversos
entes] para promover mais leis inclusivas. E vamos para a ponta, para o
campo, para as favelas, para a Amazônia, para os grandes teatros. O
tempo todo estamos no macro e no micro. E acho que este é o segredo da
nossa capacidade de inovar.”
Fonte: Agência Brasil EBC
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