Um candidato com deficiência visual não pôde participar das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último sábado (8), em Vitória, ES.
Cláudio Fraga, de 32 anos, tem baixa visão e precisava receber um caderno especial adaptado. Porém, segundo ele, o material não chegou até a escola estadual
Florentino Avidos, onde ele deveria fazer o exame.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o material, incluindo provas extras, foi encaminhado à unidade de educação que o candidato estava.
Cláudio contou que chegou com uma hora de antecedência ao local e
entrou na escola, mas só foi avisado de que não faria o exame cerca de
40 minutos depois que os portões foram fechados, por volta das 13h40.
"Eles simplesmente se posicionaram que não haveria prova ampliada para
mim, que o Ministério da Educação (MEC) não havia enviado, como eu
requeri no ato da inscrição", disse.
Ele contou que o sentimento ao receber a notícia foi de frustração. De
acordo com o candidato, a situação atrapalhou o sonho de ingressar no
curso de medicina.
"No ano de 2014, interrompi totalmente minhas
atividades profissionais simplesmente para me dedicar a um curso que é
extremamente concorrido, e foi um ano jogado fora", comentou.
Após ser notificado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep)
chegou a entrar em contato com ele para sugerir que ele fizesse a prova
em horário alternativo, mas ele não aceitou.
"Falou que eu tinha a
opção de fazer a prova no horário da tarde para a noite, igual aos
alunos que são adventistas. Só que eu tenho deficiência visual, como vou
voltar no período da noite?", questionou.
Cláudio explicou que possui baixa visão e que, exatamente por isso,
precisava da prova ampliada, que possui fonte e imagens maiores para
facilitar a leitura por parte de pessoas com deficiência visual.
Sem
participar do primeiro dia, ele está eliminado o exame deste ano e não
vai poder concorrer a vagas em diversas instituições.
"A gente se
prepara um tempo para fazer um vestibular, tentar um curso superior. Não
estar no Enem significa você não estar dentro de uma universidade
federal", desabafou.
O Inep informou que as pessoas com baixa visão foram agrupadas em uma
mesma escola, que era a unidade que o candidato estava.
O instituto
disse, ainda, que as provas foram distribuídas normalmente e que havia,
inclusive, material extra.
A orientação é que Cláudio entre em contato
com o Inep com o número de inscrição e CPF em mãos para fazer a
reclamação.
Fonte: G1
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