12 de nov. de 2014

Homem cego não faz Enem por falta de caderno especial, no ES

Foto de Cláudio na entrada da Escola


Um candidato com deficiência visual não pôde participar das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último sábado (8), em Vitória, ES. 


Cláudio Fraga, de 32 anos, tem baixa visão e precisava receber um caderno especial adaptado. Porém, segundo ele, o material não chegou até a escola estadual Florentino Avidos, onde ele deveria fazer o exame. 


De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o material, incluindo provas extras, foi encaminhado à unidade de educação que o candidato estava.


Cláudio contou que chegou com uma hora de antecedência ao local e entrou na escola, mas só foi avisado de que não faria o exame cerca de 40 minutos depois que os portões foram fechados, por volta das 13h40. 


"Eles simplesmente se posicionaram que não haveria prova ampliada para mim, que o Ministério da Educação (MEC) não havia enviado, como eu requeri no ato da inscrição", disse.


Ele contou que o sentimento ao receber a notícia foi de frustração. De acordo com o candidato, a situação atrapalhou o sonho de ingressar no curso de medicina. 


"No ano de 2014, interrompi totalmente minhas atividades profissionais simplesmente para me dedicar a um curso que é extremamente concorrido, e foi um ano jogado fora", comentou.


Após ser notificado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) chegou a entrar em contato com ele para sugerir que ele fizesse a prova em horário alternativo, mas ele não aceitou. 


"Falou que eu tinha a opção de fazer a prova no horário da tarde para a noite, igual aos alunos que são adventistas. Só que eu tenho deficiência visual, como vou voltar no período da noite?", questionou.


Cláudio explicou que possui baixa visão e que, exatamente por isso, precisava da prova ampliada, que possui fonte e imagens maiores para facilitar a leitura por parte de pessoas com deficiência visual. 


Sem participar do primeiro dia, ele está eliminado o exame deste ano e não vai poder concorrer a vagas em diversas instituições. 


"A gente se prepara um tempo para fazer um vestibular, tentar um curso superior. Não estar no Enem significa você não estar dentro de uma universidade federal", desabafou.


O Inep informou que as pessoas com baixa visão foram agrupadas em uma mesma escola, que era a unidade que o candidato estava. 


O instituto disse, ainda, que as provas foram distribuídas normalmente e que havia, inclusive, material extra. 


A orientação é que Cláudio entre em contato com o Inep com o número de inscrição e CPF em mãos para fazer a reclamação.


Fonte: G1


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