Depois de completar o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, o
paraesportista de São José dos Campos (SP), Evandro Bonocchi, de 39
anos, encara uma expedição radical ao Jalapão (TO), conhecido como
deserto brasileiro.
O projeto “Expedições Inclusivas” conta com ao menos
oito pessoas que percorrerão 30 quilômetros de trilhas de mountain bike e
rafting pelas corredeiras do Rio Novo.
Entre os membros da equipe está
também o deficiente visual Eduardo Soares.
O objetivo do grupo é mostrar
aos deficientes que é possível praticar esportes como montanhismo,
canoagem, escalada, ciclismo, entre outras atividades.
“Queremos mostrar ainda para as comunidades locais como proporcionar o
turismo inclusivo, que necessita apenas de medidas simples de adaptação,
como rampas de acesso e boa vontade. O pior olhar que pode ser lançado a
um deficiente é um olhar de piedade”, disse o paraesportista.
Evandro ficou paraplégico há 10 anos, depois que um acidente de moto
provocou uma lesão na medula espinhal. Ele, que desde criança praticava
atividades físicas, procurou os esportes adaptados, passando pelo
basquete e a handbike, que é a bicicleta pedalada com os braços.
“Nunca entrei em desespero, mas sem dúvida a handbike foi minha
libertação, participei da minha primeira maratona em 2011 em Nova
Iorque. E no mesmo ano procurei esportes sem rodas, foi então que
encontrei o rafting”, contou .
Para enfrentar os desafios radicais, além do apoio da esposa e do filho
de 2 anos, Evandro conta com o acompanhamento de profissionais
especializados em cada modalidade.
“Minha deficiência é minha motivação, a palavra superação já não se
encaixa na minha vida. Vejo a superação em um pai que trabalha num
carrinho de pipoca para pagar os estudos do filho, por exemplo. O que eu
quero é incentivar as pessoas, com deficiência ou não, a entrar de
cabeça em uma aventura, se proporcionar viver”, concluiu.
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