Um abrigo que cuida de crianças e adultos com deficiência em Salvador está a procura de médico neurologista voluntário há mais de um mês.
Eles foram encaminhados para o abrigo pelo juizado da infância e
juventude. Todos têm alguma necessidade especial.
O nome do local
significa Valorização Individual do Deficiente Anônimo (VIDA) e depende
da ajuda e ação de voluntários.
"Eles nos orientam, tem alguns que fazem
o papel de psicólogos, porque às vezes estamos em uma situação e a
gente desabafa com eles. Tem certo afeto também", disse Felipe dos
Santos, de 20 anos. Para ajudar a instituição, basta acessar o portal
Lar Vida.
Cristina Caldas foi quem fundou o abrigo em abril de 1985. "Eu quis
disponibilizar o que eu aprendi com meus filhos, ser mãe. E tem muita
gente que quer muito ter uma mãe e que não tem por situações que a gente
não avalia", conta.
A presidente do Lar Vida procurou ajuda de voluntários para abraçar a
causa. Maria Lúcia de Freitas é uma das cozinheiras do abrigo. "Adoro
ficar aqui. É uma coisa maravilhosa.
O tempo passa que eu nem sinto. E
eu não quero receber nada, só carinho, amor. É gratificante a gente ver
essas crianças aqui", relata.
O médico Manoel Góes é outro voluntário. Ele já operou dois jovens do
Lar Vida e deve operar mais duas pessoas em breve. Sempre que há
necessidade, ele está disposto a ajudar.
"Eu sendo cirurgião não tenho
como fugir dessa obrigação. Acabei trazendo essa responsabilidade para
mim também", conta o angiologista.
Mas o abrigo precisa com urgência de um neurologista voluntário. Há um
mês o Lar Vida está sem o auxílio desse tipo de especialista. Um
profissional que é indispensável para o acompanhamento desses pacientes.
"Eu preciso muito de um neurologista. Eu preciso de pessoas que
mantenham, porque esses menininhos têm a vida super frágil", alerta
Cristina Caldas.
"A gente tem 40 a 50 crianças acamadas, com deficiência e com alteração
neurológica, algumas. Essas alterações neurológicas causam convulsão e
essas convulsões precisam ser tratadas com medicamento. E esses
medicamentos precisam ser prescritos e acompanhados por um
neurologista", explica Manoel Góes.
Enquanto a ajuda de um neurologista não chega, o remédio que não falta
na casa é o amor. O sentimento contagia os voluntários como seu Valdevir
Morello.
Ele conheceu o Lar Vida em 2001. Ele se afastou por dois anos,
mas não aguentou de saudade e voltou. "Parece que isso aí é realmente, a
gente tem uma dívida aqui porque realmente é do coração", conclui.
Fontes: G1 / Vida Mais Livre
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