Regulamentada em julho, em Brasília, como método de reabilitação da pessoa com deficiência, a equoterapia se
consolida como terapia que utiliza o cavalo nas áreas de saúde,
educação e equitação, para atendimento a pessoas com deficiência e/ou
com necessidades especiais.
Independentemente da raça para a atividade, o
que importa é que os animais sejam dóceis, calmos e gostem da
proximidade do ser humano.
Para discutir o tema, Belo Horizonte sediará,
de 23 a 25 de julho, o 1º Congresso Mineiro de Equoterapia, que será
realizado durante a 34ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que acontecerá a partir do dia 15, no Parque da Gameleira.
Ainda desconhecida por muitos, a equoterapia ganhou evidência neste mês
de julho em função da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça
e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo, da
proposta do Senado que regulamenta a prática como método de
reabilitação da pessoa com deficiência.
A equoterapia é um sistema terapêutico e educacional de reabilitação
que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde,
educação e equitação.
Pelo texto aprovado pela CCJ, a prática deverá ser orientada por equipe
multiprofissional, constituída por médico, médico-veterinário e uma
equipe mínima de atendimento, composta por psicólogo, fisioterapeuta e
um profissional de equitação.
De acordo com especialistas, tanto o mangalarga marchador quanto o
campolina, ou cavalo de qualquer outra raça, pode ser usado nesse tipo
de trabalho.
O que importa mesmo são algumas características básicas. O
cavalo utilizado para a terapia deve ser dócil, calmo, gostar da
proximidade do ser humano, ter facilidade de aprendizagem e concentração
nas atividades realizadas.
CUIDADOS ESPECIAIS
Na Hípica Corumi, localizada no bairro Estoril, em Belo Horizonte, o
tratamento por paciente é feito uma vez por semana, com uma hora de
duração, incluindo atividades de solo e montaria.
Por se tratar de uma
abordagem com caráter vivencial, lúdico e interdisciplinar dirigida a
pessoas com síndromes genéticas, transtornos invasivos de
desenvolvimento, sobrepeso; transtornos de ansiedade, aprendizagem,
comportamento e humor, incluindo pessoas neurotípicas com questões
existenciais de âmbito familiar, escolar e laboral, os animais que
participam das sessões precisam de cuidados especiais.
De acordo com Laiena Dib, mestre em Ecologia e habilitada em
Equoterapia pela Associação Nacional de Equoterapia, o cavalo utilizado
deve possuir determinadas competências comportamentais e técnicas que o
habilitem para o desempenho prazeroso da função.
“O animal ideal
demonstra afinidade pelo contato com outros seres vivos.”
O cavalo educador, ou terapeuta, como pode ser dito, apresenta um nível
intermediário de atividade, que fica entre o extremo fleumático, que é
característica dos animais de tração, de clima frio, e o extremo
sanguíneo, que é característica dos animais de velocidade, de clima
quente.
Dadas as bases fisiológicas e hormonais do comportamento, "evitam-se os
cavalos inteiros, os garanhões, dando-se preferência às fêmeas e aos
machos castrados”.
Congresso no Parque da Gameleira
A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador
(ABCCMM) realiza, entre os dias 23 e 25 de julho, o I Congresso Mineiro
de Equoterapia, no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte.
As inscrições poderão ser feitas de 9h às 12h, no dia 23.
No mesmo dia,
às 14h, será realizada a solenidade de abertura. Com o tema
‘Perspectivas e realizações da Ande-Brasil’, a primeira conferência será
ministrada por Sérgio Cirillo, 1º vice-presidente da Associação
Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil).
Às 16h30 será realizado o workshop ‘Mangalarga Marchador na
Equoterapia’, com o médico veterinário, árbitro e instrutor da ABCCMM,
Roberto Naves, e com o médico veterinário, técnico de registro e
especialista em ferrageamento, Hélio Lazzeri.
No dia 24, entre os temas a serem apresentados estão ‘Saúde Mental e
Equoterapia’ e Equitação - O cavalo ideal para equoterapia’.
Para o dia
25, um dos temas será ‘Reequilibro Toráxico Abdominal de Crianças com
Paralisia Cerebral através da Equoterapia’. A programação completa pode
ser conferida no site do congresso.
Segurança a ser observada na prática da equoterapia:
- O comportamento e atitudes habituais do cavalo e as circunstâncias que podem vir a modificá-los, como uma bola arremessada ou um tecido esvoaçando próximo ao animal;
- O equipamento de montaria, como correias, presilhas, estribos, selas e manta;
- A vestimenta do cavaleiro, principalmente nos itens que podem trazer desconforto ou riscos de outras naturezas;
- O local das sessões onde possam ocorrer ruídos anormais que venham assustar os animais.
Fontes: Hoje em Dia / Vida Mais Livre
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