1 de jul. de 2015

Exercícios podem ajudar idosos a manter o foco


 


A habilidade de descartar informações irrelevantes tende a diminuir com idade. Isso pode dificultar coisas simples, como uma conversa no restaurante, onde outros sons atrapalham e confundem o assunto. 


Agora, uma nova pesquisa sugere que essas interferências podem ser combatidas com alguns exercícios.

Cientistas da Universidade Brown recrutaram idosos e jovens em torno dos 20 anos para um experimento visual. 


Apresentaram a eles uma sequência de letras e números e pediram que falassem apenas os algarismos, de forma que passaram um tempo considerável propositalmente ignorando as letras. Em alguns momentos, os sinais gráficos se moviam aleatoriamente; em outros, se inclinavam claramente para uma direção, o que tornava ainda mais difícil desconsiderá-los.

Em seguida, os pesquisadores perguntaram aos voluntários sobre os sinais que eles deveriam ter ignorado. 


Os jovens não souberam responder, o que indica que foram capazes de suprimir as informações desnecessárias para a tarefa e focar os números. 


Já os participantes mais velhos aprenderam acidentalmente os padrões dos pontos, de acordo com a precisão de suas respostas em relação ao caminho percorrido pelos sinais, o que indica que não foram capazes de desconsiderar dados irrelevantes, conforme os cientistas relataram na Current Biology.

Em outro estudo, publicado na Neuron, cientistas da Universidade da Califórnia mostraram que alguns exercícios podem ajudar a deixar o cérebro maduro menos distraído. 


A técnica provocou efeitos positivos tanto em ratos como em humanos mais velhos. 


Os pesquisadores dispararam três sons diferentes e recompensaram aqueles que conseguiam identificar um tom-alvo e ignorar uma frequência que tentava distraí-los. 


À medida que se aperfeiçoavam, os cientistas tornavam a tarefa mais complexa: ficava cada vez mais difícil distinguir os sons.

Após o treinamento, tanto os camundongos quanto as pessoas cometeram menos erros relacionados à distração em testes de atenção e memória. Gravações cerebrais eletrofisiológicas mostraram aumento nas respostas neurais associadas à concentração.
 
Estudos anteriores sobre exercícios cerebrais sugeriam erroneamente aumentar o foco para diminuir a distração. 
 
 
“Esses dois aspectos não são dois lados da mesma moeda”, argumenta o neurocientista Adam Gazzaley, autor do estudo. 
 
 
“Pessoas mais velhas têm a mesma capacidade de foco de jovens de 20 anos. A dificuldade é específica para ignorar distrações.”
 
 
 
 
 

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