A habilidade de descartar informações irrelevantes tende a
diminuir com idade. Isso pode dificultar coisas simples, como uma
conversa no restaurante, onde outros sons atrapalham e confundem o
assunto.
Agora, uma nova pesquisa sugere que essas interferências podem
ser combatidas com alguns exercícios.
Cientistas
da Universidade Brown recrutaram idosos e jovens em torno dos 20 anos
para um experimento visual.
Apresentaram a eles uma sequência de letras e
números e pediram que falassem apenas os algarismos, de forma que
passaram um tempo considerável propositalmente ignorando as letras. Em
alguns momentos, os sinais gráficos se moviam aleatoriamente; em outros,
se inclinavam claramente para uma direção, o que tornava ainda mais
difícil desconsiderá-los.
Em seguida, os
pesquisadores perguntaram aos voluntários sobre os sinais que eles
deveriam ter ignorado.
Os jovens não souberam responder, o que indica
que foram capazes de suprimir as informações desnecessárias para a
tarefa e focar os números.
Já os participantes mais velhos aprenderam
acidentalmente os padrões dos pontos, de acordo com a precisão de suas
respostas em relação ao caminho percorrido pelos sinais, o que indica
que não foram capazes de desconsiderar dados irrelevantes, conforme os
cientistas relataram na Current Biology.
Em
outro estudo, publicado na Neuron, cientistas da Universidade da
Califórnia mostraram que alguns exercícios podem ajudar a deixar o
cérebro maduro menos distraído.
A técnica provocou efeitos positivos
tanto em ratos como em humanos mais velhos.
Os pesquisadores dispararam
três sons diferentes e recompensaram aqueles que conseguiam identificar
um tom-alvo e ignorar uma frequência que tentava distraí-los.
À medida
que se aperfeiçoavam, os cientistas tornavam a tarefa mais complexa:
ficava cada vez mais difícil distinguir os sons.
Após
o treinamento, tanto os camundongos quanto as pessoas cometeram menos
erros relacionados à distração em testes de atenção e memória. Gravações
cerebrais eletrofisiológicas mostraram aumento nas respostas neurais
associadas à concentração.
Estudos anteriores
sobre exercícios cerebrais sugeriam erroneamente aumentar o foco para
diminuir a distração.
“Esses dois aspectos não são dois lados da mesma
moeda”, argumenta o neurocientista Adam Gazzaley, autor do estudo.
“Pessoas mais velhas têm a mesma capacidade de foco de jovens de 20
anos. A dificuldade é específica para ignorar distrações.”
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