Pais de filhos com deficiência reclamam da falta de transporte e leite em São Carlos (SP).
Pacientes de postos de saúde também se queixam da falta de remédios na
cidade, cuja Prefeitura afirma que vai analisar os casos.
Daiane Cristina Camargo é uma das mães que lidam com a questão. Há duas
semanas, a administração municipal deixou de fazer o transporte da
filha mais velha dela, Raíssa, para a Apae e a artesã não tem condições
de levar a adolescente.
“Quando voltou das férias foi um dia só e o ônibus quebrou, aí até hoje
nada. E na escola tem fisioterapia, tem fono, tem tudo e em casa não
tem o que fazer, praticamente fica na frente da televisão, dá uma volta
na rua, é só isso que ela faz”, disse.
Já a auxiliar de serviços gerais Maria Cícera Borges da Silva sofre com
a falta
de alimento especial para a filha de 16 anos. Janaína não
consegue mastigar ou engolir. Seu único alimento é uma espécie de leite
dado por sonda. Ela toma 15 latas por mês, mas há três meses a mãe
consegue obter apenas 10 unidades no posto.
“Não está tendo. As 10 latas eu divido para ela e durante esses três
meses ela já emagreceu 3 kg”, afirmou a trabalhadora.
“Ela sofre porque
não tem leite e eu sofro junto porque não tenho como dar outro leite
para ela”.
E os problemas não param por aí. Moradores afirmam que não conseguem
remédios nos postos. “Meus parentes estão me ajudando a comprar”, disse a
aposentada Marilena Soares Carvalho, que tem úlcera varicosa e artrite e
gastou R$ 170 para adquirir os medicamentos indisponíveis na rede
pública.
“Antibiótico eu precisei comprar. Eu saí desse posto chorando”,
contou a dona de casa Lúcia Helena Moraes, com uma infecção há 20 dias.
A vendedora Ketllen Coladelli também saiu de mãos vazias e relatou que
há um mês seu filho de 6 anos está sem o medicamento para convulsão.
“Isso não é certo. A gente trabalha, a gente tem que ter direito à
saúde, remédio, educação e a tudo, a gente tem que ter”, desabafou.
Prefeitura
Procurada pela produção do Jornal da EPTV, a assessoria de imprensa da
Prefeitura de São Carlos informou que cada um dos casos vai ser
analisado.
Fontes: G1 / Vida Mais Livre
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