16 de out. de 2014

Pedagoga com deficiência visual leciona aulas em braile no Sertão pernambucano

Foto de uma página escrita em braile
Na última terça (15) foi celebrado o dia do professor. Em Petrolina, no Sertão pernambucano, a pedagoga Sirlene Xavier é exemplo de superação e dedicação ao ensino. 


Ela é a única professora com deficiência visual da região e que leciona aulas em braile.


A pedagoga superou inúmeros obstáculos para conseguir exercer a profissão de professora. Ela relata que teve dificuldades com a formadora de estágio. 


“Por ter dificuldade, eu me planejei acima do normal. A mania de toda pessoa cega é querer dar o melhor. Eu me preparei para trabalhar minhas aulas e naquele tempo a gente trabalhava muito com mimeógrafo, me mimeografava minhas aulas e para minha surpresa e fui aceita pelas crianças, mas tive dificuldades com a formadora”, relata Sirlene.


Sirlene dá aulas em braile em uma turma é composta por pais de alunos que têm deficiência visual e por algumas pessoas que trabalham com pessoas com deficiência. A coordenadora pedagógica, Silvana Nogueira, além de aluna é colega de trabalho de Sirlene.


“Ela é muito exigente e dedicada, responsável e quer ver o resultado do nosso trabalho com os nossos alunos e temos outros professores de outras escolas, alunos da faculdade que fazem o curso junto com a gente”.


Para a servidora pública, Márcia de Almeida Bispo, o braile representa um mundo novo. “Eu me interessei de fazer o curso porque trabalho no local que funciona o Conselho de Deficiência e há a necessidade de ter uma pessoa que compreenda o braile”, explica.


Já a vice-diretora da escola, garantiu que houve uma mudança significativa na educação inclusiva da instituição após a chegada da professora.


“Na reunião pedagógica, ela sempre coloca pra gente que temos que olhar o todo e não só a deficiência em si, mas ver aquele aluno, pessoa com deficiência de forma geral que é capaz de realizar todas atribuições que uma pessoa normal”.


Além de cursar pedagogia Sirlene fez também três especializações, todas na área de educação. Um dos orgulhos que ela carrega é o de ter conseguido superar os limites.


“A gente sabe que é difícil para um pai e uma mãe que tem um filho com deficiência acreditar nele, tirar a ideia de que ele é um doente e que ele acredite nele próprio. E se a familia não apoia, busca um vizinho ou amigo, porque a gente só é o que a gente se põe a fazer”, aconselha a professora.


Fonte: G1



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