4 de mar. de 2013

Robótica melhora vida de pessoas com deficiência no Piauí

Símbolo da acessibilidade
Imagine que uma pessoa com deficiência visual tenha à sua disposição um equipamento que, ao se deslocar, informará quando ele se aproximar de algum obstáculo, podendo assim desviar e continuar a se locomover. 

Parece história de filme de ficção científica, mas isso começa a se tornar realidade no Piauí

Esse e outros equipamentos voltados a melhorar a vida de pessoas com deficiência estão sendo desenvolvidos por pesquisadores piauienses nos laboratórios das universidades públicas do Estado.

A luva ultrassônica, como foi batizado o equipamento que identifica obstáculos para as pessoas com deficiência visual, foi desenvolvida pelo professor do Instituto Federal do Piauí (IFPI), Marcelino Almeida, juntamente com os alunos dos cursos de sistema de informação e eletrotécnica, do campus de Parnaíba.

O experimento, que ainda está na fase de protótipo, foi premiado como um dos 20 melhores projetos na Mostra Nacional de Robótica de 2012, realizada em Fortaleza (CE).

Durante reunião realizada entre representantes da Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência (Seid), da Coordenadoria Estadual da Juventude (Cojuv), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) e da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico do Piauí (Sedet), o professor Marcelino fez uma demonstração do seu experimento. 

O servidor da Seid, Luís Sampaio, que tem deficiência visual, utilizou a luva e ficou impressionado. “Esse é um equipamento super importante, que será muito útil para pessoas com deficiência visual, como é o meu caso”, destaca Luís.

A reunião entre os órgãos do Estado teve como objetivo encontrar alternativas para despertar em pesquisadores e estudantes o interesse em desenvolver tecnologias que ajudem as pessoas com deficiência no seu dia a dia. 

O secretário da Seid, Hélder Jacobina, conta que o Piauí deve se integrar a uma rede nacional de pesquisa já existente, que desenvolve tecnologias assistivas.

“Já realizamos algumas reuniões e queremos que o Piauí faça parte da rede de pesquisa do Centro Nacional de Referência em Tecnologias Assistivas (CNRTA), que atualmente conta com 29 universidades”, explica.

Para a presidente da Fapepi, professora Bárbara Melo, é muito importante firmar essa integração entre as pessoas com deficiência com as universidades, para que se desenvolvam tecnologias voltadas a melhorar a vida dessas pessoas. 

O professor Marcelino ressalta que a luva ultrassônica ainda está em fase de protótipo, mas que tecnologias como essa, desenvolvidas no Piauí podem ajudar a melhorar a vida de pessoas com deficiência.

O diretor técnico-científico da FAPEPI e professor da UESPI, Ricardo de Andrade, ressalta que a aproximação entre a academia e a sociedade é essencial para que os pesquisadores compreendam as demandas da sociedade e possam trabalhar para solucioná-las.

Luís Sampaio destacou a importância de ouvir as pessoas com deficiência durante o desenvolvimento dessas tecnologias. “Gostaria de parabenizar aqui tanto o secretário Hélder Jacobina, quanto os pesquisadores.

O secretário teve a iniciativa, que para mim é louvável, de chamar as partes interessadas para descobrir o que é mais urgente nesse trabalho”, conta. 

Para Hélder Jacobina não há como beneficiar as pessoas com deficiência, sem a participação da parte mais interessada. “Existe uma máxima nesse segmento que diz: nada sobre nós, sem nós. E é isso que estamos procurando fazer”, afirma.

O laboratório responsável pelo desenvolvimento de tecnologias assistivas no Piauí é o LABoratory of Intelligent Robotics, Automation and Systemas ( LABIRAS), que é um laboratório de pesquisa sediado no Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UESPI. 

O LABIRAS tem como coordenador-geral o Prof. Hermes Manoel Galvão Castelo Branco. Devido à abrangência dos temas estudados, o LABIRAS é dividido em seis sub-grupos: Robótica, Controle e Automação, Sistemas Inteligentes, Redes de Computadores e Comunicação de Dados, Visão Computacional e Sistemas Elétricos de Potência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário