1 de mar. de 2013

Cegos voltam a enxergar com implante na retina

Close da foto em um olho claro
Um novo implante ocular chamado Alpha IMS, desenvolvido na Alemanha, conseguiu restaurar a visão de vários pacientes com deficiência visual com retinite pigmentosa.

O sistema, feito pela empresa alemã Retina Implant AG, especialista no desenvolvimento de implantes sub-retinais, consiste num microchip eletrônico sem fios, com 3 x 3 milímetros e com uma resolução de 1.500 pixels.

O dispositivo, implantado sob a retina, estimula o nervo ótico, fazendo com que ele envie os dados visuais ao cérebro.

Ao contrário de outros métodos similares, este implante não se apoia numa câmara externa: a luz é detectada no interior do olho do paciente, fazendo com que ele possa mover os olhos para ver o que se passa à sua volta, em vez de mover a cabeça.

O Alpha IMS também tem uma resolução muito superior à dos seus antecessores e, por ser implantado diretamente sob a retina, permite que esta parte do olho processe as informações recebidas antes de enviá-las ao córtex visual.

Em comunicado, a Retina Implant AG revela que o seu mais recente ensaio clínico em humanos, o segundo realizado pela companhia desde 2005, envolveu nove pacientes alemães com retinite pigmentosa, doença hereditária que causa a degeneração da retina e consequente cegueira, que receberam um destes microchips.

Ao longo dos três a nove meses de observação, a visão funcional da maioria dos voluntários foi recuperada e dois dos participantes no ensaio conseguiram enxergar com uma resolução superior à alcançada pelos pacientes dos primeiros testes clínicos com o dispositivo.

"Dos nove pacientes observados ao longo do estudo, publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B,  três foram capazes de ler letras espontaneamente. Durante a observação dentro e fora do laboratório, os pacientes reportaram também a capacidade de reconhecer rostos, distinguir objetos como telefones e ler sinais em portas", revelou a Retina Implant AG.

De acordo com Eberhart Zrenner, o coordenador da pesquisa, "os resultados do primeiro ensaio clínico com humanos já tinham excedido as expetativas" e a equipe "está ainda mais encorajada pelos resultados do segundo ensaio", que teve início em Maio de 2010 em Tuebingen, na Alemanha, e se expandiu a Hong Kong e ao Reino Unido.

"Esta pesquisa fornece-nos evidências adicionais de que a nossa tecnologia de implantes sub-retinais pode ajudar pacientes com degeneração ocular a recuperar a visão funcional, sem a necessidade de equipamentos externos e visíveis", concluiu Zrenner.

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