Um empresário de Sorocaba (SP) vai doar uma prótese para o limpador de vidros David Santos de Souza, de 21 anos, que teve o braço direito amputado depois de ser atropelado na Avenida Paulista, na manhã do último domingo (10).
O caso, que teve repercussão nacional, comoveu Nelson Nolé, que tem uma empresa especializada em próteses ortopédicas há 46 anos na cidade. “Para mim, é o absurdo dos absurdos. O que eu puder fazer para ajudar, vou fazer”.
O empresário diz que irá até o hospital para avaliar que tipo de
prótese será usada. “Temos que analisar quais foram os danos causados e o
que restou do braço dele, para então saber qual sistema vamos
utilizar”, explica o Nelson.
Especialistas da empresa devem visitar o ciclista ainda nesta quinta-feira (14), para que o processo de avaliação seja realizado.
Nelson conta que 30% do que produz é doado. “Nós
escolhemos pessoas que não têm condições de pagar pelas próteses. Neste
caso, não poderia ser diferente, já que foi uma brutalidade”, afirma o
empresário, que diz ter recebido centenas de ligações de pessoas que
gostariam de ajudar o rapaz.
Avaliação
Segundo Nelson, as análises para a escolha da prótese são ortopédicas e
também psicológicas. Só depois de entender o quadro clínico do paciente
será possível concluir se todos os movimentos serão recuperados.
"Nós ainda temos pouca informação sobre o nível da amputação. A partir disso, saberemos qual será a melhor prótese para o jovem”, explica Nelson. Entre os sistemas desenvolvidos pela empresa estão o biônico, com comando cerebral, e o eletrônico.
Entenda o caso
O ciclista David Santos de Souza foi atropelado no início da manhã deste domingo (10), na Avenida Paulista, região central da cidade.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET),
o acidente ocorreu por volta das 5h30, no sentido Paraíso, próximo ao
Metrô Brigadeiro. Com o acidente, o braço direito do ciclista foi
amputado.
O estudante de psicologia Alex Siwek, que atropelou David e jogou seu braço em um córrego, está detido no Centro de Detenção Provisória 2 do Belém,
na Zona Leste. Um pedido de liberdade provisória do motorista foi
enviado à Justiça na segunda-feira (11). Na terça-feira (12), porém, o
juiz Alberto Anderson Filho emitiu parecer em que diz que o jovem não
deve responder por tentativa de homicídio doloso por estar dirigindo sob
influência de álcool.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP),
o pedido de liberdade provisória para o motorista não chegou a ser
analisado pelo juiz do Tribunal do Júri, que considerou que o caso não
era de sua competência. O pedido será redistribuído pelo Departamento de Inquéritos Policias (Dipo) a um juiz comum.
Fonte: G1
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