No próximo sábado (15) tem início a
36ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Paralisia Infantil
(poliomielite) no Brasil. Realizada pelo Ministério da Saúde em parceria
com estados e municípios, a campanha vai até o dia 31 deste mês e
pretende imunizar 12 milhões de crianças entre seis meses e cinco anos
incompletos.
Isso representa 95% do público-alvo, formado por 12,7 milhões de crianças.
A ida ao posto de saúde também será a oportunidade para colocar a
vacinação das crianças em dia.
Por isso, paralelamente à campanha contra
a poliomielite, o Ministério da Saúde promove uma mobilização para
atualizar o esquema vacinal dos menores de cinco anos.
Os profissionais
de saúde vão avaliar a caderneta infantil, alertando aos pais sobre as
vacinas que estão vencendo ou em atraso.
Durante a apresentação da Campanha nesta terça-feira (11), o Ministro
da Saúde, Arthur Chioro, convocou pais e responsáveis a levar seus
filhos menores de cinco anos a um posto de vacinação.
"É extremamente
importante seguir a orientação da Organização Mundial da Saúde e vacinar
o máximo possível de crianças. Vamos aproveitar também para colocar a
caderneta das crianças em dia com a atualização de outras vacinas",
reforçou Chioro.
O ministro destacou o esforço do Sistema Único de Saúde
(SUS) para garantir a vacinação para todas as crianças brasileiras,
inclusive aquelas que vivem em regiões remotas, como áreas indígenas e
população tradicional.
As doses atrasadas serão aplicadas e agendadas, de acordo com a
situação de cada criança. Aquelas que nunca foram vacinadas contra a
poliomielite, não receberão as gotinhas na campanha.
As crianças que
estão iniciando o esquema vacinal devem ser imunizadas com vacina
inativada poliomielite (VIP injetável), aplicada aos dois e quatro meses
de vida.
Já aos seis meses, a criança deve receber uma dose da vacina
oral e outra de reforço aos 15 meses. (confiram tabela abaixo). Para
isso, pais ou responsáveis devem levar o cartão de vacinação aos postos
de saúde.
Vacina segura
A vacina é extremamente segura e protege contra os três sorotipos do
poliovírus 1, 2 e 3. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%.
Não existe tratamento para a poliomielite e a única forma de prevenção é
a vacina. Ela é recomendada, até mesmo, para as crianças que estejam
com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia.
Já para crianças com
infecções agudas, com febre acima de 38ºC ou com hipersensibilidade a
algum componente da vacina, o Ministério da Saúde recomenda aos pais que
consultem um médico para avaliar se a imunização é indicada.
Com a campanha de atualização, o Ministério da Saúde busca
aumentar a cobertura vacinal e diminuir o risco de transmissão de
doenças que podem ser evitadas, além de reduzir as taxas de abandono.
As
vacinas oferecidas protegem contra tuberculose, rotavírus, sarampo,
rubéola, coqueluche, caxumba, varicela, meningites, febre amarela,
hepatites, difteria e tétano, entre outras.
A campanha nacional conta
com uma infraestrutura composta por mais de 100 mil postos espalhados
por todo o País, 350 mil profissionais de saúde e 42 mil veículos
(terrestres, marítimos e fluviais).
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da
Saúde, Carla Domingues, ressaltou a importância da vacinação.
Segundo
ela, é importante que o Brasil mantenha as altas taxas de cobertura para
não correr o risco da reintrodução da doença. “
O nosso país tem um
grande fluxo de turistas e de comércio, por isso é fundamental que as
nossas crianças continuem a ser vacinadas. Temos de garantir boas
coberturas vacinais tanto na rotina, como na campanha”, explicou a
coordenadora.
Campanha publicitária já começou
A mobilização da população já começou. Com o slogan “Você é o
protetor do seu filho”, a campanha publicitária já está sendo veiculada
desde domingo (9).
As peças mostram a responsabilidade dos pais de levar
as crianças para serem vacinadas.
Até o dia 31 de agosto, as mensagens
serão veiculadas na TV aberta e fechada, rádio, internet, redes sociais e
aplicativos de mobile.
O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o País
recebeu, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Certificação de
Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território.
Entretanto, nove países registraram casos em 2014 e 2015. Em três países
– Nigéria, Paquistão e Afeganistão – a poliomielite é endêmica. Nos
outros seis (Somália, Guiné Equatorial, Iraque, Camarões, Síria e
Etiópia) os casos registrados da doença foram decorrentes de importação
do poliovírus selvagem.
Por isso, a vacinação é fundamental para que
casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos
casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias
lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível,
principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo
poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde
(SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, são
disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o País, 17 vacinas
que integram o Calendário Nacional e combatem mais de 20 doenças, em
diversas faixas etárias.
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