Um movimento crescente tem levado
artistas do palco a utilizar recursos de acessibilidade, como
audiodescrição (relato do que se passa em cena para espectadores com
deficiência visual) e interpretação em Libras (a língua de sinais para
entendimento dos espectadores surdos).
Mas os criadores da peça infantil
É Proibido Miar resolveram radicalizar: incorporaram esses recursos na
própria dramaturgia.
São os atores que descrevem o que se passa em cena e
realizam a interpretação em Libras, tudo isso enquanto atuam.
A motivação vem do tema do respeito à
diferença tratado no espetáculo, uma adaptação do livro de Pedro
Bandeira de mesmo título dirigida por Denis Gosch.
É a história do
cachorrinho Bingo (vivido por Joana Amaral), que faz amizade com um
gato. No momento solene do primeiro latido, Bingo surpreende a família
com um miado.
Após a rejeição, tem início sua desventura: ele é levado
pela carrocinha e segue sofrendo preconceito de outros cachorros.
Também
integram o elenco Dani Dutra, Douglas Dias e Juliana Kersting, que teve
a ideia da adaptação porque ainda guarda na memória a emoção da
primeira leitura do livro de Bandeira, quando tinha oito anos:
– Eu
me identifiquei. Tinha um irmão mais velho que era especial, então
talvez tenha a ver com essa relação.
A leitura ecoou essa minha
experiência de lidar com a diferença desde que me entendo por gente. Lá
por 2012 ou 2013, mostrei o livro para o Denis com a ideia de montar o
espetáculo.
Esta é a primeira produção da MA Companhia – Teatro,
Dança e Assemelhados (lê-se “má companhia”), que reúne artistas que já
trabalharam juntos em coletivos como Sarcáustico, Muovere Macarenando,
entre outros.
Sobre os próximos projetos, Gosch explica:
Agora,
estamos com esse desfio da acessibilidade. Ainda tenho vontade de
experimentar muitas coisas com Libras. Me encanta o gestual. Como eu
tenho uma relação com a dança, tenho vontade de desenvolvê-lo
coreograficamente.
Meia hora antes de cada sessão, os atores receberão o público para um “tour tátil”, uma oportunidade para tocar no cenário e nos figurinos, propositalmente criados com diferentes texturas.
É PROIBIDO MIAR
A temporada vai até o dia 9 de agosto e acontece todos os Sábados e domingos, às 16h.
Local: Sala Álvaro Moreyra (Erico Verissimo, 307), fone (51) 3289-8000, em Porto Alegre.
Ingressos:
R$ 30 à venda no local, uma hora antes de cada sessão. Desconto de 50%
para estudantes, idosos, classe artística, pessoas com deficiência e
para grupos acima de 10 pessoas através de agendamento pelo telefone
(51) 9958-0519 ou pelo e-mail producao@fioprodutoracultural.com.br.
Venda antecipada, a R$ 20, na Livraria Bamboletras (Lima e Silva, 776) e
na Del Puerto Cia. e Escola de Flamenco (Cristóvão Colombo, 752).
Fonte: Diversidade na Rua
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