4 de ago. de 2015

Peça infantil "É Proibido Miar" incorpora audiodescrição e língua de sinais




Um movimento crescente tem levado artistas do palco a utilizar recursos de acessibilidade, como audiodescrição (relato do que se passa em cena para espectadores com deficiência visual) e interpretação em Libras (a língua de sinais para entendimento dos espectadores surdos). 


Mas os criadores da peça infantil É Proibido Miar resolveram radicalizar: incorporaram esses recursos na própria dramaturgia. 


São os atores que descrevem o que se passa em cena e realizam a interpretação em Libras, tudo isso enquanto atuam.


A motivação vem do tema do respeito à diferença tratado no espetáculo, uma adaptação do livro de Pedro Bandeira de mesmo título dirigida por Denis Gosch. 


É a história do cachorrinho Bingo (vivido por Joana Amaral), que faz amizade com um gato. No momento solene do primeiro latido, Bingo surpreende a família com um miado. 


Após a rejeição, tem início sua desventura: ele é levado pela carrocinha e segue sofrendo preconceito de outros cachorros.
 

Também integram o elenco Dani Dutra, Douglas Dias e Juliana Kersting, que teve a ideia da adaptação porque ainda guarda na memória a emoção da primeira leitura do livro de Bandeira, quando tinha oito anos:

 
– Eu me identifiquei. Tinha um irmão mais velho que era especial, então talvez tenha a ver com essa relação. 


A leitura ecoou essa minha experiência de lidar com a diferença desde que me entendo por gente. Lá por 2012 ou 2013, mostrei o livro para o Denis com a ideia de montar o espetáculo.

 
Esta é a primeira produção da MA Companhia – Teatro, Dança e Assemelhados (lê-se “má companhia”), que reúne artistas que já trabalharam juntos em coletivos como Sarcáustico, Muovere Macarenando, entre outros. 


Sobre os próximos projetos, Gosch explica:

  

Agora, estamos com esse desfio da acessibilidade. Ainda tenho vontade de experimentar muitas coisas com Libras. Me encanta o gestual. Como eu tenho uma relação com a dança, tenho vontade de desenvolvê-lo coreograficamente.


Meia hora antes de cada sessão, os atores receberão o público para um “tour tátil”, uma oportunidade para tocar no cenário e nos figurinos, propositalmente criados com diferentes texturas.



É PROIBIDO MIAR



A temporada vai até o dia 9 de agosto e acontece todos os Sábados e domingos, às 16h. 

 
Local: Sala Álvaro Moreyra (Erico Verissimo, 307), fone (51) 3289-8000, em Porto Alegre.

 
Ingressos: R$ 30 à venda no local, uma hora antes de cada sessão. Desconto de 50% para estudantes, idosos, classe artística, pessoas com deficiência e para grupos acima de 10 pessoas através de agendamento pelo telefone (51) 9958-0519 ou pelo e-mail producao@fioprodutoracultural.com.br.


Venda antecipada, a R$ 20, na Livraria Bamboletras (Lima e Silva, 776) e na Del Puerto Cia. e Escola de Flamenco (Cristóvão Colombo, 752).


Fonte: Diversidade na Rua



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