O Censo 2000 revelou que 14,5% da população brasileira
era portadora de, pelo menos, uma das deficiências investigadas pela
pesquisa. A maior proporção se encontrava no Nordeste (16,8%) e a
menor, no Sudeste (13,1%).
A nova publicação traz o número absoluto de cegos e
surdos no País. Em 2000, existiam 148 mil pessoas cegas e 2,4 milhões
com grande dificuldade de enxergar. Do total de cegos, 77.900 eram
mulheres e 70.100, homens. A região Nordeste, apesar de ter população
inferior ao Sudeste, concentrava o maior número de pessoas cegas: 57.400
cegos no Nordeste contra 54.600 no Sudeste. São Paulo é o estado com o
maior número de cegos (23.900), seguido da Bahia (15.400).
O número de surdos no Brasil era de 166.400, sendo 80
mil mulheres e 86.400 homens. Além disso, cerca de 900 mil pessoas
declararam ter grande dificuldade permanente de ouvir. Entre os
estados, Roraima tem o menor número de surdos (191 pessoas).
Dos 9 milhões de portadores de deficiência que
trabalhavam, 5,6 milhões eram homens e 3,5 milhões, mulheres. Mais da
metade (4,9 milhões) ganhava até dois salários mínimos.
Em relação ao rendimento das pessoas ocupadas,
verificou-se que as diferenças relacionadas a ser portador ou não de
deficiência eram da ordem das diferenças por gênero e ambas menores que o
diferencial por cor. Por exemplo, 22,4% da população ocupada sem
deficiência ganhavam até 1 salário mínimo. Entre os portadores de
deficiência, esse percentual era de 29,5%. Entre homens e mulheres que
não tinham deficiência os percentuais eram de 19,3% e 27,3%,
respectivamente. Já a proporção de pessoas que se declararam brancas que
ganhavam até 1 salário mínimo era de 18,15% e a de pessoas que se
declararam pretas, 34,50%.
Entre os portadores de deficiência que trabalhavam, a
maior proporção (31,5%) era de trabalhadores no setor de serviços ou
vendedores do comércio. Porém, enquanto uma em cada quatro pessoas
portadoras de deficiência era trabalhadora agropecuária, florestal ou de
caça e pesca, somente 16,4% da população sem nenhuma incapacidade
exerciam essas ocupações.
No aspecto educacional, em 2000, a taxa de
alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade era de 87,1%. Já
entre os portadores de, pelo menos, uma das deficiências investigadas
era de 72,0%.
Do total de pessoas de 15 anos ou mais de idade sem
instrução ou com até 3 anos de estudo, 32,9% eram portadoras de alguma
deficiência. Regionalmente observaram-se percentuais semelhantes de
portadores de deficiência para este nível de instrução. O grande
diferencial se produz a partir do 1º grau completo ou 8 anos de estudo:
aí o percentual de pessoas com deficiência cai para valores próximos a
10%. Ou seja, enquanto no grupo com menos instrução, quase uma entre
três pessoas era portadora de deficiência, entre os que concluíram pelo
menos o 1º grau, somente uma em cada dez pessoas possuía alguma
incapacidade.
No Brasil, a freqüência escolar das pessoas de 7 a 14
anos de idade, estava praticamente universalizada (94,5%), mas para os
portadores de, pelo menos, uma das deficiências investigadas o
percentual era menor (88,6%) e caía para 74,9% no caso das deficiências
severas. A menor taxa de freqüência escolar foi observada entre as
pessoas que tinham alguma deficiência física permanente (61,0%).
Quanto à esperança de vida ao nascer (tabela 25), o
brasileiro vive em média 68,6 anos e passa 80% da vida sem apresentar
nenhuma incapacidade. Como a esperança de vida livre de incapacidade é
de 54 anos, a população viverá em média 14 anos com algum tipo de
deficiência.
Fonte: IBGE
< http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/27062003censo.shtm >
< http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/27062003censo.shtm >
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