Comuns em embalagens de medicamentos, cosméticos e alimentos, em cartões de visita e em cardápios, os pontos em relevo do Sistema Braille geram uma série de perguntas sobre como a pessoa cega lê.
Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três
linhas, o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres
diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, a
simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.
Esse
sistema adapta-se perfeitamente à leitura tátil, pois os seis pontos em
relevo podem ser percebidos pela parte mais sensível do dedo com apenas
um toque.
Foi graças ao francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro
de 1809, que as pessoas cegas puderam beneficiar-se da
escrita e da leitura, o que, além de lhes permitir o acesso ao
conhecimento, permite-lhes a inclusão na sociedade e o pleno desempenho
da cidadania.
O Sistema Braille chegou ao Brasil em 1850, pelas mãos do jovem cego
José Álvares de Azevedo, mas foi a partir da década de 1940, com a
criação da Fundação para o Livro do Cego No Brasil (hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos)
que a produção de livros nesse formato ganhou força. Há quem diga que
nos últimos 60 anos não há no Brasil uma só pessoa cega alfabetizada que
não tenha tido em suas mãos pelo menos um livro em braille produzido
pela Fundação Dorina.
Segundo os novos dados do censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
existem no Brasil 6.585.308 pessoas com deficiência visual. Deste
total, 582.624 pessoas possuem cegueira e 6.056.684 possuem baixa visão.
O número representa 3,5% dos brasileiros, ou seja, a deficiência com
maior incidência na população do país. A pesquisa revela ainda que
23,91% da população brasileira tem algum tipo de deficiência.
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