Não são só as ondas de Burle Marx em Copacabana que fazem as calçadas do Rio melhores que as de São Paulo.
Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revela que os passeios cariocas têm mais condições de receber cadeirantes.
Das dez vias avaliadas na cidade, metade é boa ou muito boa.
Já nas
ruas e avenidas paulistanas, só as da Paulista seguem padrões ideais de
segurança e conforto.
A Avenida Jabaquara, na zona sul, foi a via que recebeu a pior avaliação. Ali, só um dos sete critérios usados – acessibilidade
dos cruzamentos – foi considerado bom.
Os demais – presença de
obstáculos permanentes, móveis, transversais ou temporários e indícios
de buracos e desníveis – estavam ruins.
Também visitada, a calçada da
Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste, foi considerada aceitável,
mas só na parte que passou por reforma – o trecho a partir da Avenida
Cidade Jardim não foi contemplado. No Rio, a Rua Voluntários da Pátria,
em Botafogo, foi a mais bem avaliada.
No caminho das cadeiras de rodas paulistanas, não
faltam obstáculos, buracos e desníveis. Na Rua Tuiuti, no Tatuapé, na
zona leste, o problema são as árvores atrapalhando a passagem. Na Rua
Santa Efigênia, no centro, o que dificulta a circulação são os
rebaixamentos inadequados para acessar as faixas de pedestres.
Ali,
foram contados dez cruzamentos irregulares. Além disso, em praticamente
todas as vias o esforço para vencer rachaduras e pedras soltas, comuns
no mosaico português malconservado, foi considerado elevado.
Esses empecilhos fazem com que pessoas com problema de mobilidade
se tornem mais dependentes de outras para se locomover. Eduardo de
Araújo Toledo, de 19 anos, já caiu em um passeio sem guia rebaixada na
Vila Mariana.
“Algumas pessoas tiveram de me ajudar a levantar”, lembra.
Mas nem sempre há compreensão de quem compartilha a calçada com
cadeirantes. “Tem quem ache ruim andarmos mais devagar, especialmente
nas inclinadas, onde não temos tanto equilíbrio.”
Fonte: http://www.estadao.com.br
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