A pesquisa da Proteste foi feita em agosto e setembro. Nela, os mesmos três cadeirantes
percorreram 4 km em cada sentido de dez calçadas no Rio e dez de São
Paulo.
Os resultados foram enviados às prefeituras das duas capitais,
para que sirvam de subsídio a políticas de mobilidade.
Eles mostram, por exemplo, que a Avenida General Edgar Facó, em
Pirituba, na zona norte, está “em péssimo estado de conservação”.
Em
suas calçadas, foram encontrados 20 desníveis que obrigaram cadeirantes
a se deslocar até o asfalto para conseguirem continuar se movendo.
“Quando a pessoa está sozinha e acha esses obstáculos, tem duas opções:
ou voltar, sem poder ir para onde queria, ou correr riscos”, afirma a
coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.
Ela explica
que as 20 vias de São Paulo e Rio foram escolhidas por concentrar muitos
serviços e comércio.
]Para a professora de Arquitetura Silvana Cambiaghi, que já foi
secretária executiva da Comissão Permanente de Acessibilidade da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida,
a legislação precisa mudar para que os passeios possam melhorar e se
tornar acessíveis.
“Na maioria das cidades brasileiras, quem cria e
mantém as calçadas é o proprietário do lote lindeiro. Mas isso não faz
dele o dono da calçada, que é pública.”
Segundo ela, essa responsabilidade “adquirida” faz com que muitos
moradores construam calçadas que só beneficiam a si próprios, com rampas
de estacionamento em grande desnível em relação ao passeio vizinho,
dificultando a vida de pedestres e principalmente de pessoas com
mobilidade reduzida.
Fonte: http://www.estadao.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário