Cadeirantes de Juiz de Fora reclamam que passam dificuldade nas ruas pela falta de acessibilidade, sem transporte adaptado
e rampas. Mesmo quando há o acesso, problemas ainda existem.
O
telespectador Almir Bittencourt enviou ao VC no MGTV fotos de uma rampa
na Rua Jacarandá, no Bairro Amazônia, mostrando que há uma erosão no
asfalto que impede a subida da cadeira de rodas.
A Secretaria de Obras informou que irá realizar uma vistoria no local até o final da semana. Já o Departamento Municipal de Políticas para Pessoas com Deficiência e Direitos Humanos informou que é realizado um trabalho conjunto com as secretarias competentes para as melhorias necessárias na cidade.
O músico Luciano Jorge de Oliveria também enfrenta dificuldades com a
acessibilidade no Bairro Ipiranga. Ele precisa da ajuda de amigos para
chegar até o ponto de ônibus. A rua íngreme não tem adaptação
necessária.
“Eu tenho muita dificuldade porque eu moro na parte alta e
eu preciso sempre de alguém comigo. Às vezes, não tenho uma pessoa para
me ajudar e acabo perdendo o que tenho que fazer no Centro”, contou.
Além disso, Luciano disse que é preciso muita paciência para esperar o ônibus adaptado devido
à demora. Para entrar e sair do veículo, ele precisa da ajuda do
motorista. Os problemas aumentam quando ele precisa chamar um táxi.
“Eu
ligo, falo que sou cadeirante e, às vezes, falam que não dá para atender
porque a cadeira não cabe no carro. Tem os adaptados, mas eu nunca
vejo. Andei uma vez só nele”, reclamou.
O funcionário público João Carlos Reis disse que precisou fazer
reivindicações para conseguir ônibus adaptado em horário que coincida
com a aula da filha cadeirante. “Nós tínhamos algumas dificuldades
porque antes havia somente um ônibus de apoio na linha Guaruá.
Depois de
alguns Boletins de Ocorrência (BO) e conversas com a Secretaria de
Transportes e Trânsito (Settra), hoje temos dois ônibus e parece que
agora a empresa faz a manutenção”, informou.
Para chegar ao colégio no Bairro Granbery, João Carlos precisa
percorrer com a filha um trecho onde parte dos passeios não tem formas
regulares e apresentam buracos.
“Além disso, ao atravessar a Rua Sampaio
e depois a Batista de Oliveira, não existe rampa onde são as faixas de
pedestre. Então, ela tem que atravessar no meio da rua e eu tenho que
pedir aos motoristas que parem. Tenho que fazer o papel de polícia. E
muitas vezes os motoristas desrespeitam”, reclamou.
A estudante Pryscila Loureiro Reis, filha de João Carlos, acredita que
há formas de realizar melhoria nas ruas para os cadeirantes.
“Deveria
ter mais rampas nesse cruzamento e tinham que arrumar essas faixas de
pedestres, colocar talvez um sinal, algo que dê mais segurança para
portadores de necessidade especial, idosos e crianças”, cobrou.
A chefe do Departamento Municipal de Políticas para Pessoas com
Deficiência e Direitos Humanos, Thaís Altomar, informou que é realizado
um trabalho conjunto com as secretarias competentes para as melhorias
necessárias na cidade.
“Nós recebemos algumas denúncias, denúncias que
são comuns, e a partir daí a gente começa a trabalhar com essa
conscientização. Os táxis precisam de ter um melhor atendimento, um
entendimento melhor das nossas necessidades para utilização desse
transporte. Os ônibus precisam ter uma consciência melhor do tempo que
demoramos para entrar, para sair, além de todo conjunto que envolve,
ponto de ônibus, acesso aos locais onde a gente pode acessar o serviço”,
disse.
Segundo Thaís Altomar, o trabalho essencial é o de conscientização.
“Nós já fazemos a conscientização junto aos motoristas de ônibus e
trocadores e estamos iniciando também um trabalho com os taxistas.
Aumentar a frota sem uma conscientização de nada vai valer”, explicou.
Fonte: G1
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