Em menos de três anos de carreira na TV, Bruna Linzmeyer assume que seu
interesse artístico permeia os tipos que destoam dos personagens mais
típicos dos folhetins.
A atriz já viveu uma russa espevitada em Afinal, O Que Querem as Mulheres, uma jovem em constante conflito interior em Insensato Coração e a dançarina de véus Anabela em Gabriela.
Agora, a convite do diretor Mauro Mendonça Filho e com o aval do autor Walcyr Carrasco, Bruna encara o que considera o seu maior desafio: dar vida a uma pessoa com autismo na próxima novela das nove da TV Globo, Amor à Vida.
Agora, a convite do diretor Mauro Mendonça Filho e com o aval do autor Walcyr Carrasco, Bruna encara o que considera o seu maior desafio: dar vida a uma pessoa com autismo na próxima novela das nove da TV Globo, Amor à Vida.
"Assim que recebi o convite, caí em lágrimas. E olha que eu ainda nem
tinha a noção do quão profundo esse tipo de trabalho pode ser. Acho que é
dessas oportunidades que transformam nosso futuro, exploram lados do
artista que ele mesmo desconhece", filosofa.
Na história, Linda é filha de Amadeu, papel de Genézio de Barros, e de
Neide, interpretada por Sandra Corveloni, e irmã de Leila e Daniel,
personagens de Fernanda Machado e Rodrigo Andrade.
A família está em
constante adaptação à condição da menina, que vive como
se estivesse em um mundo à parte na realidade. Uma construção que
demanda uma intensa pesquisa e entrega de Bruna. "Eu achava que sabia o
que é autismo.
Mas só agora que passei a conviver com
pessoas assim e a ler tudo que encontro sobre o assunto, é que percebo
que existe uma profunda falta de informação a respeito", avalia.
O convite para viver Linda surgiu logo depois que encerrou suas gravações em Gabriela, em setembro do ano passado.
Como já se preparava para uma temporada no Sul ao lado da família - a atriz nasceu em Corupá, no interior de Santa Catarina, e tem parentes em Florianópolis -, foi lá que Bruna começou a ter contato com autistas.
Foram mais de seis meses de convívio intenso e muita leitura. Uma
preparação complementada pelos "workshops" da novela e encontros com o
"coach" Sergio Penna. "Fiz um trabalho individual intelectual e
sensitivo, mas precisava embasar isso com a técnica.
Coloco tudo em
prática com a ajuda do Sergio, que orienta em como me comportar, falar e
até na consciência que a personagem tem de sua própria condição",
explica.
No que diz respeito à caracterização, Bruna não tem a menor
preocupação. A única coisa que precisa fazer é se despir por completo da
vaidade que impera o meio artístico e as produções de novelas.
Para
isso, o cabelo está sem corte e sua cara fica sempre limpa, sem qualquer
vestígio de maquiagem nas cenas.
Uma prática que, segundo Bruna, tem
lhe ajudado a entender seu próprio comportamento diante da feminilidade.
"Tudo isso tem clarificado minha mente em relação às escolhas que faço.
De como me produzo ou me arrumo para determinadas situações e, para
outras, escolho estar o mais natural possível. Tem sido um exercício
bárbaro", argumenta.
Para Bruna, o mais importante neste trabalho é poder mostrar para as
pessoas que, assim como ela, a maior parte desconhece o que é de fato o
autismo. E, quem sabe, ajudar a promover a inclusão social dos
autistas, já que a atriz acredita que a maior parte das pessoas que têm
autismo viva de forma solitária.
"Nunca estudei com pessoas com deficiência intelectual ou física na
escola. Espero que as novas gerações convivam bem com as diferenças
desde pequenas, para não ficarem com olhares curiosos quando crescerem",
torce.
Fonte: Terra
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