Estudantes com deficiência auditiva, na faixa de cinco
a 17 anos, matriculados nas redes públicas, terão acesso ao sistema de
frequência modulada pessoal (FM) a ser fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse recurso tecnológico visa melhorar a comunicação e interação de
deficientes auditivos com professores, colegas e família, e ajudá-los a
desenvolver mais rapidamente as competências sociais e a linguagem oral.
Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC,
indicam que 70 mil estudantes apresentam deficiência auditiva e poderão
ser atendidos pelo SUS.
De acordo com Martinha Clarete Dutra dos
Santos, diretora de políticas da educação especial da Secadi, para se
beneficiar do sistema pessoal FM, a criança ou adolescente precisa ser
usuário de aparelho de amplificação sonora individual (Aasi) ou implante
coclear (IC).
A decisão de oferecer o recursos tecnológico para estudantes está na
Portaria nº 21, do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da
União em 8 de maio deste ano.
A execução do projeto é dos ministérios da
Educação e da Saúde, em parceria com as redes de educação e saúde de
estados e municípios.
Martinha Clarete explica que o sistema pessoal FM é composto de um
microfone ligado a um transmissor de frequência modulada portátil, usado
pelo professor, que capta sua voz e transmite diretamente ao receptor
de FM conectado ao aparelho (Aasi ou IC) do estudante.
A transmissão
direta permite ao aluno ouvir a fala do professor de forma mais clara,
eliminando o efeito de ruído ou reverberação do ambiente escolar, além
de suprimir a distância entre o sinal de fala do educador e o aluno.
Pesquisa:
Para identificar os benefícios pedagógicos
do uso do sistema pessoal FM no contexto escolar, e definir os critérios
de indicação, o MEC desenvolveu, em 2012, o projeto uso do sistema de
FM na escolarização de estudantes com deficiência auditiva em escolas
públicas.
A pesquisa envolveu 106 escolas, 202 estudantes e 99
professores do atendimento educacional especializado, nas cinco regiões
do país.
Martinha Clarete informa que a pesquisa comprovou a eficácia do sistema
FM por usuários de Aasi e IC na promoção de acessibilidade no contexto
escolar, ampliando as condições de comunicação e interação entre alunos e
professores.
Ficou claro que o sistema FM agrega uma melhora na
comunicação entre os alunos que o utilizam e os demais colegas,
professores e pais.
Ao melhorar a interação e comunicação oral, diz
Martinha, eles desenvolvem mais rapidamente as competências sociais,
resultando em exposição maior à linguagem oral.
Articulação:
Para que a tecnologia chegue aos alunos
será necessária uma articulação entre as redes de educação pública e o
SUS, em estados e municípios.
Cabe ao MEC qualificar os professores para
identificar os potenciais usuários; será responsabilidade das escolas
encaminhar os estudantes aos postos de saúde do município.
No posto de
saúde, a criança ou jovem será examinado por um médico otorrino, que vai
fazer a configuração do aparelho e definir a faixa de frequência
individual, para que a voz do professor chegue limpa e o aparelho cumpra
sua função.
Martinha Clarete diz que é importante o esforço de todos para que a
tecnologia chegue aos estudantes que dela precisam e que seu uso amplie
as possibilidades de aprendizado. “Não adianta ter um recurso de alta
tecnologia se não soubermos usá-lo adequadamente”, explica.
Fonte: http://portal.mec.gov.br
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