9 de mai. de 2013

Estudo inédito traça perfil de pessoas com deficiência no DF

Parte traseira de uma cadeira de rodas
Estudo do Governo do Distrito Federal (GDF), divulgado nesta terça-feira (7), que traz pela primeira vez "um Raio x" sobre a situação de pessoas com deficiência na região, foi elaborado para subsidiar futuras políticas públicas destinadas à inclusão desse grupo ainda carente de diversos aspectos necessários a sua completa participação social.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Jamila Zgiet, representante da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), o objetivo é conscientizar a comunidade sobre um problema que afeta uma parcela muito grande e importante da população.

De acordo com Jamila, com a informação, a pesquisa sugere mudanças para qualificar o atendimento a esse público, tornando os ambientes acessíveis por meio de piso tátil, comunicação sonora e outras estratégias de acesso. 

"A construção de elevadores que facilitam o acesso de cadeirantes, escrita em Braille e sinalização no chão para deficientes visuais, utilização de Libras em serviços públicos são algumas das ações eficientes que ajudam na inclusão", disse. 
 

O documento Perfil das pessoas com deficiência no Distrito Federal utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demonstram que, da população de 2,5 milhões, mais de 570 mil, 22,23% da população, tem alguma deficiência, sendo que a predominante é a visual (63,71%).

Outro ponto destacado no estudo é que a maior parte das deficiências é resultado de acidentes, doenças ou violência, e não necessariamente de algum problema que a pessoa herdou ou que tenha nascido com tal limitação.

Para a coordenadora, isso significa que deve haver um esforço para a elaboração de políticas públicas não só na área de Saúde, mas também de Transporte e de Segurança Pública. 

"Esse dado nos mostra que as deficiências são provocadas por acidentes ou por episódios de violência, o que nos coloca diante da necessidade de pensar políticas que garantam a segurança da sociedade em todos os sentidos", afirma.

Emprego e renda


O mercado de trabalho também foi analisado e a conclusão do estudo é que a remuneração para essa população é "bastante desfavorável" e uma das razões pode ser a qualificação profissional.

Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2010, 51,52% dessa população apresenta média salarial mensal de meio a dois salários mínimos (R$ 1,3 mil), e quase inexistem trabalhadores que ganham menos da metade desse piso no Distrito Federal.

Para a representante da Codeplan, essas pessoas devem ser inclusas, pois têm a mesma capacidade daquelas que não têm deficiência. "Eles podem chegar a níveis mais altos nos seus empregos, basta criar oportunidade", disse.


Educação


Nas escolas, a frequência da população com deficiência é pouco diferente em relação à população sem deficiência, sendo, inclusive, 4% maior nas faixas etárias de 0 a 4 anos, quando comparado às crianças sem limitações.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Jamila Zgiet, a preocupação é o significado desse número, já que pode ser que as crianças com deficiência esteja acessando a escola com prioridade ou que os pais estejam com dificuldade de lidar com os problemas dos filhos, e, por isso, matriculam as crianças nas creches.

No evento de divulgação da pesquisa haverá dois tradutores em Libras e a exposição de obras de arte da artista plástica Cristina Portella. Essas obras podem ser tocadas pelos visitantes, o que permite a apreciação por pessoas com deficiência visual.


Fonte: R7

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