A professora Camila Birollo, de 32 anos, que é deficiente visual, passou em segundo lugar em um concurso público para ser professora substituta de educação infantil na rede municipal de ensino de Piracicaba (SP).
Ela, porém, foi considerada inapta
para o cargo pela perícia médica do município e aponta que a limitação,
que a permitiu participar do concurso, teria sido a razão para ser
reprovada no exame.
Camila discursou na noite desta quinta-feira (9) na tribuna popular da Câmara de Piracicaba
e pediu a ajuda dos vereadores para ser efetivada no cargo para o qual
se classificou.
Ela não acusou o médico que a examinou de preconceito,
mas disse "não entender" a razão para ter sido considerada inapta, uma
vez que a deficiência não a impediu de prestar o exame.
No concurso, realizado em 3 de março deste ano, três pessoas com deficiência
fizeram a prova e Camila obteve o segundo lugar com 65 pontos na
classificação geral. Ela tem 20% de visão em um dos olhos e não enxerga
nada com o outro.
Para a prova, foi permitido que uma pessoa lesse as
perguntas e escrevesse as respostas ditadas por ela.
Depois de convocada, no entanto, o relatório da Prefeitura a considerou
inapta para o cargo, segundo publicação no Diário Oficial do Município
de 4 de maio.
"Eu quero acreditar que não fui reprovada por preconceito,
mas também não conheço outra razão para isso ter acontecido. Eu sou
capacitada, estudei cinco anos para trabalhar na área", afirmou a
professora na Câmara.
O presidente do Legislativo, João Manoel dos Santos (PTB),
disponibilizou o departamento
jurídico da Casa de Leis para auxiliar
Camila a obter a resposta para a rejeição no concurso.
A Prefeitura de
Piracicaba, por meio de nota, informou que cabe ao Serviço Municipal de
Perícias Médicas (Sempem) apontar se a deficiência do concursado é
compatível com a função que ele vai exercer.
Um trecho do edital informa que a Prefeitura não se responsabiliza por
auxiliar em algumas limitações físicas: "Há impossibilidade da
Prefeitura de Piracicaba em providenciar adaptações individuais
específicas para que o candidato desempenhe adequadamente a função para o
qual se candidatou, incluindo o fornecimento de órteses, próteses e
outros materiais e meios necessários para se fazer entender, ler ou ir e
vir."
Fonte: G1
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