21 de mai. de 2013

Hospital CEMA passa a fazer cirurgias de implante coclear

Desenho de um implante coclear
Realizada por um pequeno grupo de centros de referência em São Paulo, a cirurgia de implante coclear passa a fazer parte agora da lista de procedimentos cirúrgicos do Hospital CEMA

O otorrinolaringologista Andy de Oliveira foi o responsável pela primeira cirurgia do tipo, realizada em janeiro deste ano. 

O implante coclear já é usado há mais de 30 anos no Brasil e no mundo, evoluiu muito nos últimos tempos e gradualmente vem ganhando mais credibilidade. “Para o paciente é maravilhoso. Ele consegue ouvir normalmente e até falar no telefone”, explica o médico.


O implante coclear é um dispositivo eletrônico, também conhecido como ouvido biônico, que estimula eletricamente o nervo auditivo, devolvendo o impulso auditivo. 

O trabalho do cirurgião deve ser complementado por um fonoaudiólogo, pois a pessoa que passa pelo procedimento cirúrgico precisa aprender a ouvir e isso envolve uma série de exercícios específicos e dedicação do paciente. 

O tempo entre o procedimento e a volta da audição é de aproximadamente seis meses.
Os resultados variam de indivíduo para indivíduo, em função de uma série de fatores como memória auditiva, estado da cóclea, entre outros. 

O procedimento pode ser feito em crianças a partir dos 12 meses de idade e em adultos que apresentam deficiência auditiva bilateral de grau severo e profundo que não obtiveram benefícios com o uso de aparelhos de amplificação sonora individual. 

A diferença entre os aparelhos de audição comuns e o implante coclear é que os aparelhos só amplificam o som, já o implante fornece impulsos elétricos.

 
Procedimento delicado
 

O médico ressalta, no entanto, que a cirurgia é delicada e exige habilidade do cirurgião e da equipe. Por ser um procedimento realizado muito próximo do nervo da face, pode levar à paralisia facial, caso não haja o cuidado necessário. 

Após a cirurgia, é imprescindível o trabalho com fonoaudiólogos para que a pessoa possa voltar a ouvir com clareza. “É aprender a ouvir do começo. Como se o paciente tivesse acabado de nascer. A cirurgia por si só não surte efeito. 

É necessário um trabalho multidisciplinar que envolve o otorrinolaringologista, o fonoaudiólogo e o psicólogo”, esclarece Andy de Oliveira.

Segundo Oliveira, o Hospital CEMA pretende fazer cada vez mais procedimentos de implante coclear. “É uma cirurgia marcante na otorrinolaringologia. Dentro de cinco a dez anos pretendemos ser o maior centro de implantes cocleares do país”, afirma o cirurgião. 

Em 2011, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o implante coclear na lista de procedimentos cobertos pelos planos de saúde. Pelo SUS também é possível fazer a cirurgia.

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